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Reações

Agências (ca)14 de julho de 2008

O presidente sírio Bashar al-Assad conseguiu o que queria. Ele e Sarkozy foram centro das atenções da recém-fundada União para o Mediterrâneo. Além de Israel, Alemanha e UE esperam agora mais ações no novo bloco.

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Em vez de apertos de mãos, União para o Mediterrâneo precisa de ações, comenta mídiaFoto: AP

O encontro de cúpula para a fundação da União para o Mediterrâneo, no final de semana em Paris, durou apenas algumas horas, mas Nicolas Sarkozy fez dele um grande acontecimento de três dias. Sarkozy recebeu mais de 40 chefes de Estado e governo no último sábado e domingo e fez da parada do Dia Nacional da França, nesta segunda-feira (14/07), um grande evento internacional.

Entre os convidados ilustres, estavam a chefe do governo alemão, Angela Merkel; o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon e os presidentes do Egito e da Palestina, Hosni Mubarak e Mahmud Abbas. Sarkozy condecorou a ex-refém das Farc, Ingrid Betancourt, com a ordem de Cavaleira da Legião de Honra da França na tradicional festa Garden Party do Dia da Bastilha.

Apesar de críticas, também esteve presente às comemorações o presidente sírio Bashar al-Assad, que além de Sarkozy utilizou como ninguém sua visita de três dias a Paris para se tornar centro das atenções, após anos de isolamento diplomático de seu país no Ocidente.

A formação da União para o Mediterrâneo foi saudada como nova esperança de paz para o Oriente Médio. Para Israel, no entanto, a formação do bloco não passou de um grande show e, em Paris, Angela Merkel declarou que a União Européia quer agora ver "ações" da Síria.

Reação crítica de Israel

Sarkozy empfängt Assad
Assad e Sarkozy brilharam no encontro em ParisFoto: AP

Com uma mescla de decepção e irritação, a mídia israelense criticou a atitude do presidente sírio de se retirar quando o premiê israelense, Ehud Olmert, entrou na sala de reuniões, evitando-se o decisivo aperto de mãos esperado pelos israelenses. Os israelenses reclamaram que Assad teria sido a "verdadeira estrela" do encontro em Paris. O diário Yediot Ahronot comentou que nenhum representante sírio esteve disposto a trocar pelo menos uma palavra com membros da delegação israelense.

Até mesmo a ministra israelense das Relações Exteriores, Tzipi Livni, teria sido ignorada e esnobada por seu colega de pasta sírio, Walid Muallem, comentou o jornal. De forma geral, Israel reagiu de forma bastante crítica à União para o Mediterrâneo de Nicolas Sarkozy.

Também os encontros entre o premiê israelense Olmert e o presidente palestino Abbas já não seriam mais novidades. Israelenses e palestinos têm que tomar agora decisões difíceis e dolorosas, afirmou Olmert na França.

Completa restituição das Colinas de Golã

Apesar dos desencontros, o presidente sírio afirmou em Paris que seu país poderá iniciar conversações de paz com Israel em futuro próximo. A Síria precisará de seis meses a dois anos para fechar um tratado de paz com Israel, afirmou Assad no domingo à noite em Paris.

No começo de julho, Síria e Israel tiveram mais uma rodada de conversações de paz sob mediação da Turquia. É a primeira vez em oito anos que representantes das duas nações inimigas falam um com o outro.

A Síria espera de Israel a completa restituição das Colinas de Golã, ocupadas pelos israelenses durante a Guerra dos Seis Dias em 1967. Israel exige que a Síria retire seu apoio ao Irã e aos militantes palestinos e libaneses.

Expectativas quanto às declarações sírias

Frankreich Mittelmeer-Gipfel Angela Merkel
Merkel espera ações da SíriaFoto: AP

Após o assassinato do chefe de governo libanês e opositor do governo sírio, Rafik al-Hariri, em 2005, as negociações entre a Síria e a União Européia (UE) para um acordo de parceria ficaram congeladas. Em Paris, no fim de semana, a UE não descartou fechar um acordo de parceria com Damasco ainda em 2008. Se isso vai acontecer ou não, depende "do comportamento das partes interessadas", declarou o chefe da política externa da União Européia, Javier Solana.

Apesar de saudar o anúncio de reatamento de relações diplomáticas com o vizinho Líbano, o governo alemão espera que a boa vontade da Síria seja seguida agora de bons atos. Segundo Thomas Steg, vice-porta-voz do governo de Berlim, Merkel teria se encontrado com Assad durante sua estada em Paris.

Steg declarou, nesta segunda-feira em Berlim, que o governo alemão teria expectativas quanto às declarações sírias. Entre elas, está a disposição de proibir o presumido contrabando de armas pela fronteira sírio-libanesa para o grupo radical islâmico Hisbolá.