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União Européia quer mais bombardeios

Estelina Farias5 de novembro de 2001

Líderes da Alemanha, França e Grã-Bretanha discutem estratégias para guerra contra o Afeganistão, apoiam EUA e rejeitam cessar-fogo.

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Vários chefes de Estado e de governo da União Européia (UE) se pronunciaram pelo prosseguimento dos bombardeios dos Estados Unidos no Afeganistão, numa mini conferência de cúpula ontem à noite, em Londres. Foram mantidos sob sigilo os detalhes que os líderes dos países mais importantes da UE discutiram sobre outras estratégias na guerra contra o regime talibã e a organização do terrorista Osama bin Laden, Al Qaeda.

O anfitrião do encontro - primeiro-ministro britânico Tony Blair - reuniu-se primeiramente só com o chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, e o presidente da França, Jaques Chirac. Ao contrário das crescentes críticas aos bombardeios, eles rejeitaram um cessar-fogo e concordaram que só é possível implantar um plano político no Afeganistão após a queda esperada do regime talibã.

A conferência teve que ser ampliada por causa dos protestos do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, que se sentiu excluído e preterido. Blair convidou então Berlucosni e mais tarde, os seus colegas da Espanha, Holanda e Bélgica. Do quartel-general da comunidade de 15 países em Bruxelas, presidida neste semestre pela Bélgica, foi convidado para o jantar informal oferecido por Blair o coordenador da política externa e de segurança da UE, Javier Solana.

Participação - A Grã-Bretanha é o único aliado que teve participação direta até agora nas retaliações militares dos EUA aos atentados de 11 de setembro em Nova York e Washington. Alemanha e França só prestaram ajuda indireta e apoio logístico. É possível um pedido do governo do presidente George Bush para uma ação das Forças Armadas alemãs, nos próximos dias ou semanas, conforme admitiu Schröder hoje, em Berlim. Na última cúpula da UE na Bélgica, Blair, Schröder e Chirac discutiram a sós sobre a luta antiterror, gerando protestos dos demais lideres europeus.

Cessar-fogo - O chefe de governo alemão esclareceu hoje, em Berlim, que a UE está unida no apoio à coalizão internacional antiterror liderada pelos EUA. Schröder e demais dirigentes da cúpula do Partido Social Democrático (SPD), que ele preside, defenderam a ação militar americana no Afeganistão criticada na maior agremiação governista na Alemanha. Numa reunião do diretório nacional do partido, o chefe de governo pronunciou-se contra o cessar-fogo defendido pela presidente do Partido Verde, Claudia Roth, e vários deputados social-democratas, para possibilitar ajuda humanitária a milhões de afegãos famintos.

Schröder esclareceu que, assim como o prosseguimento dos bombardeios até a esperada queda do regime talibã, são necessárias também uma ampla campanha política e ajuda humanitária. A aliança contra o terrorismo está tentando evitar ataques militares além dos estritamente necessários, disse o chefe de governo alemão, sem esclarecer, todavia, o que seria desnecessário.