União Européia envia cinco milhões de euros ao Congo
21 de janeiro de 2002A Comissão Européia vai enviar cinco milhões de euros à região do leste da República Democrática do Congo, afetada pela erupção do vulcão Nyiragongo. A ajuda financeira será remetida à ONU, à Cruz Vermelha e a outras organizações humanitárias no país, para providenciar medicamentos, mantimentos, cobertores, toldos e instalações de tratamento de água aos cerca de meio milhão de congoleses desalojados.
Logo no dia seguinte à erupção do vulcão, na última quinta-feira (17), quatro especialistas do Serviço de Ajuda Humanitária da União Européia estiveram na cidade de Goma. A região já vem recebendo ajuda social da comunidade, sendo que, para este ano, 32 milhões de euros já estavam programados para o financiamento de projetos sociais no Congo. No ano passado, foram disponibilizados 35 milhões de euros.
Medo de saques é maior do que de morte
Apesar dos alertas da ONU, dez mil pessoas retornaram à cidade devastada pelo vulcão. Segundo representantes da organização, a cidade de Goma continua apresentando riscos à população. A porta-voz da ONU, Laura Melo, anunciou que "as pessoas não deveriam, de forma alguma, retornar à região."
Karl Ginter, representante da organização humanitária Ação Agrária Alemã, anunciou, nesta segunda-feira (21) em Bonn, que "o medo de saques na região é maior do que de novos tremores de terra." Apesar do risco de outras erupções, não há alimentos, nem água potável na cidade.
O risco de uma epidemia de cólera na região também é grande, pois as pessoas passaram a tomar água do contaminado Lago Kivu. Além disso, as lavas do vulcão atingiram o lago, espalhando grandes quantidades de metano e dióxido de carbono.
Diante do caos no leste do Congo, cerca de 60 pessoas que saquearam um posto de gasolina em Goma nesta segunda-feira, acabaram provocando uma explosão. Estima-se que pelo menos 30 pessoas morreram.
Novos tremores ameaçam o leste congolês
Desde a erupção do Nyiragongo, sucessivos tremores de terra têm atingido a região. Nesta madrugada, houve nova erupção e os abalos foram ainda maiores, podendo ser percebidos até na região central do vizinho Ruanda. A maior parte dos moradores que retornaram à cidade passaram a noite a céu aberto, longe de suas casas.
O vulcão estava adormecido há 25 anos, apresentando apenas pequenos tremores. Segundo o especialista ruandês em vulcanismo Dieudonne Wafula, "o perigo de uma nova erupção ainda não pode ser descartado, porém não há nenhum indício de que isto volte a ocorrer nos próximos dias".