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Título preservado

30 de julho de 2010

Comitê do Patrimônio Mundial diz que a Alemanha pode dar continuidade aos planos de contrução de uma ponte na famosa região turística no Vale do Reno. Mas um movimento de oposição à obra também já se articula.

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Região do Vale do Reno: Patrimônio da HumanidadeFoto: DW-TV

A região que abriga o rochedo conhecido como Loreley, no Vale do Reno, considerada Patrimônio da Humanidade desde 2002, vai ganhar uma nova ponte sem perder o honroso título. O Comitê da Unesco, que está reunido em Brasília até 3 de agosto para sua 34ª sessão, deu luz verde nesta quinta-feira (29/07) para o país prosseguir com os planos de construção.

“Nós queremos as duas coisas: tanto o título de Patrimônio quanto a ponte”, manifestou o secretário estadual de Trânsito, Hendrik Hering. A área em questão está situada entre as cidades de Koblenz e Mainz, no estado da Renânia-Palatinado: são 85 quilômetros sem ligação viária entre as duas margens.

O estado foi cauteloso ao iniciar o debate sobre a ponte, a fim de evitar a má experiência vivida por Dresden. A cidade da Saxônia perdeu o status ao dar continuidade às obras de construção de uma nova ponte sobre o rio Elba.

Welterbe Mittelrhein Loreley (Lorelei)
Região do rochedo conhecido como LoreleyFoto: DW/Nelioubin

A aparência da ponte foi considerada “visualmente aceitável”, pois não deve estar no campo de visão do famoso rochedo. Como próximo passo, a Unesco solicitou ao governo do estado a entrega de um plano detalhado e do projeto com o qual pretende obter a licença de construção das autoridades alemãs.

Os mais tradicionalistas são contrários ao projeto por temerem que o serviço atual de balsas oferecido na região sofra impacto negativo. Mas Hendrik Hering alega que a população precisa da ponte, da qual todos se beneficiarão. Os custos de construção da obra foram avaliados em 40 milhões de euros.

Uma iniciativa contrária ao projeto criou um site na internet com o título Não queremos a ponte no Vale do Reno. O grupo receia a perda da identidade cultural da região e sugere a expansão dos serviços de balsa ou até mesmo a construção de um túnel.

Com seus castelos, paisagens naturais e a lenda que cerca o penhasco mítico, a região atrai turistas do mundo inteiro. O nome Loreley começou a ser associado ao rochedo de St. Goarshausen, localizado entre as cidades de Koblenz e Wiesbaden, depois da publicação em 1801 do livro Zu Bacharach am Rheine,do poeta romântico Clemens Brentano. Inspirada numa viagem pelo Reno, a obra cita uma linda feiticeira que, com seus encantos, rouba a razão dos homens e lhes traz a morte.

NP/epd/dpa/afp
Revisão: Rodrigo Rimon