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UE no G20

18 de setembro de 2009

Na reunião do G20, UE defenderá redução dos bônus de executivos, um maior controle do sistema financeiro, uma estratégia global de redução do déficit orçamentário e uma clara adesão à luta contra mudanças climáticas.

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Merkel e premiê sueco Reinfeldt em BruxelasFoto: AP

Uma semana antes da cúpula do G20 (grupo que reúne as maiores economias industriais e emergentes do mundo), chefes de Estado e governo da União Europeia (UE) definiram, em encontro extraordinário realizado nesta quinta-feira (17/09) em Bruxelas, uma linha conjunta para o encontro do G20 em Pittsburgh.

No encontro do G20, os países europeus pretendem impor a redução dos bônus de executivos do setor bancário, um maior controle do sistema financeiro, uma estratégia global de redução do déficit orçamentário e uma clara adesão à luta contra as mudanças climáticas.

Redução de bônus de executivos

No encontro de cúpula nos Estados Unidos, a UE reivindicará uma reforma profunda do sistema financeiro internacional. Há um ano, a falência do banco norte-americano de investimentos Lehman Brothers quase levou a um colapso do mundo financeiro. A economia mundial entrou em profunda recessão. Em Bruxelas, o presidente francês Nicolas Sarkozy declarou haver consenso na Europa quanto ao sinal claro e forte de que "não queremos que isso se repita".

A UE pretende reduzir o pagamento excessivo de bônus a executivos. Os chefes de Estado e de governo dos 27 países-membros querem acabar com a garantia de pagamento de bônus a executivos de bancos. No futuro, tais remunerações deverão se orientar pelo êxito da instituição financeira e poderão ser canceladas, caso o banco apresente desenvolvimento negativo.

Após a cúpula em Bruxelas, a chefe de governo alemã, Angela Merkel, afirmou que o encontro foi um sucesso. A Europa está unida na reforma do sistema financeiro mundial, disse Merkel.

Pressão sobre os EUA e outros países

Além da redução do pagamento de bônus, os países da UE defendem, para bancos "relevantes ao sistema", exigências mais rígidas quanto ao seu capital próprio. Segundo a UE, a falência de tais bancos poderia ameaçar o sistema financeiro.

O consenso entre os europeus deverá fazer pressão sobre os EUA e outros países. Como anfitrião do encontro de cúpula em Bruxelas, Fredrik Reinfeldt, primeiro-ministro da Suécia – país que ocupa a presidência rotativa da UE – afirmou que os Estados Unidos devem ajudar a superar a crise econômica. "A crise financeira começou nos Estados Unidos". "Espero que o presidente Obama empregue seu potencial político com vista ao sucesso", disse Reinfeldt.

Os países da UE não entraram em consenso, todavia, quanto à taxação do mercado financeiro, que é defendida, entre outros, pela Alemanha e Áustria. Através de tal imposto, os bancos poderiam arcar parcialmente com os prejuízos da crise financeira.

Mudanças climáticas

Nicolas Sarkozy
Sarkozy defende imposto para proteção do climaFoto: AP

As mudanças climáticas também estiveram na agenda em Bruxelas. Os europeus reivindicam um ambicioso tratado de proteção climática que será negociado na conferência mundial do clima em dezembro na Dinamarca.

Todos os países, com exceção dos mais pobres, deverão participar do financiamento da luta contra as mudanças climáticas. A declaração final do encontro extraordinário de cúpula da UE mencionou claramente que, em 2020, serão necessários, provavelmente, 100 bilhões de euros para ajudar os países pobres na proteção do clima.

"Imperialismo ecológico"

Caso as negociações fracassem em Copenhague, a Alemanha e a França irão defender um novo acordo global de proteção ao clima, declarou o presidente francês, Nicolas Sarkozy, após o encontro em Bruxelas. "Alemanha e França irão exigir a introdução de um mecanismo nas fronteiras europeias, caso não se chegue a um consenso em Copenhague", disse Sarkozy.

Há muito que a França reivindica um imposto de importação sobre mercadorias de países que não respeitam leis rígidas de proteção ao clima. Até agora, a Alemanha rejeitara estritamente a ideia.

Em julho último, no Conselho do Meio Ambiente da UE, Matthias Machnig, vice-ministro alemão do Meio Ambiente, classificou tal iniciativa de "imperialismo ecológico", que prejudicaria as negociações em Copenhague.

CA/dpa/rtr

Revisão: Roselaine Wandscheer

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