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UE e Turquia farão cúpula sobre crise migratória

23 de novembro de 2015

Objetivos da reunião extraordinária são "reorganizar relações e conter o fluxo migratório". Em troca de cooperação na questão dos refugiados, UE oferece ajuda financeira e relações mais próximas à Turquia.

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Tusk anunciou encontro para debater como a Turquia pode ajudar a UE a conter o fluxo de refugiadosFoto: DW/B. Riegert

A União Europeia (UE) e a Turquia realizarão uma cúpula extraordinária no próximo domingo para debater como o governo em Ancara pode colaborar para conter a chegada de refugiados ao bloco europeu, disse o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, nesta segunda-feira (23/11).

A cúpula será realizada na capital belga, que está sob alerta máximo de segurança por causa do risco de atentados terroristas. Em troca de uma cooperação na questão dos refugiados, a União Europeia oferece ajuda financeira e relações mais próximas à Turquia.

Os objetivos do encontro são "reorganizar nossas relações e conter o fluxo migratório", escreveu Tusk em sua conta no Twitter, após ter conversado por telefone com o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu.

Sobrecarregada com a maior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial, a Europa necessita a ajuda da Turquia. Mais de 850 mil requerentes de asilo chegaram ao bloco de 28 países-membros em 2015, com a maioria entrando pela Grécia depois de terem embarcado em barcos na costa turca.

Muitos dos migrantes estão fugindo de conflitos, pobreza e terrorismo na Síria, no Iraque e no Afeganistão. A Turquia afirma já ter recebido 2,5 milhões de refugiados sírios e iraquianos nos últimos anos.

No que críticos têm classificado como um "negócio sujo", Bruxelas está oferecendo a Ancara ajuda financeira e laços mais estreitos em troca de apoio na crise migratória. A abordagem é controversa devido às preocupações com o autoritarismo do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e aos constantes relatos de desrespeito dos direitos humanos.

Segundo diplomatas europeus, a cúpula de domingo é uma exigência de Ancara. O formato não é usual, com líderes de todos os 28 Estados-membros sendo convidados para as conversações. Normalmente, Tusk e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, representam o bloco em reuniões com países de fora da UE.

A União Europeia está buscando uma maneira de reunir cerca de 3 bilhões de euros, solicitados pela Turquia para ajudar no acolhimento de refugiados sírios. Ancara também quer o aceleramento do processo de sua proposta de adesão à UE, além de acesso mais rápido a vistos de viagem para seus cidadãos.

O primeiro pedido de adesão da Turquia à UE é de 1987, mas o processo tem sido dificultado pela oposição de França e Alemanha, assim como tensões com o Chipre, país-membro da UE. A Turquia invadiu o norte da ilha em 1974, em resposta a um golpe de Estado liderado pela Grécia.

PV/ap/rtr