UE e países islâmicos buscam consenso entre culturas
12 de fevereiro de 2002Os participantes do fórum islâmico-europeu declararam como objetivo final do encontro, impedir o surgimento de uma "guerra das culturas" e, em vez disto, fomentar o diálogo intercultural em todo o mundo. Os representantes do Irã e da Síria fizeram graves acusações contra a política dos Estados Unidos, afirmando que o governo de Washington procura tirar proveito da simpatia e do apoio internacionais suscitados pelos atos de terrorismo de 11 de setembro. O ministro sírio das Relações Exteriores, Faruk el Schara, lamentou que os Estados Unidos não tenham aproveitado a simpatia internacional para tentar reduzir o abismo existente entre os povos e civilizações.
Diálogo decidirá caráter do século 21
O ministro alemão das Relações Exteriores Joschka Fischer defendeu uma cooperação com o mundo islâmico, com base na tolerância e no respeito mútuo. "Contudo, é preciso esclarecer os valores básicos", como ponto de partida para esta estreita cooperação, declarou Fischer diante do fórum conjunto em Istambul.
Joschka Fischer lembrou que a capacidade para o diálogo intercultural começa dentro de cada país. Neste contexto, o ministro alemão manifestou dúvida de que o mundo islâmico esteja disposto a buscar um consenso amplo com o Ocidente, em relação aos direitos humanos e às liberdades básicas. Após os atentados terroristas de 11 de setembro, a comunidade internacional viu-se pressionada a fomentar o diálogo das culturas, em contraposição ao terrorismo e à violência, declarou Joschka Fischer. É isto o que decidirá sobre o caráter do século 21, diz o ministro: "Se viveremos num mundo de crescentes conflitos culturais, religiosos e étnicos ou num mundo de culturas que coexistem pacificamente."