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UE diverge sobre forma de combater imigração ilegal

(ef)20 de junho de 2002

Os líderes da União Européia iniciam a sua cúpula de dois dias, em Sevilha, nesta sexta-feira (21), decididos a jogar duro contra a imigração ilegal, mas divergem sobre as medidas apropriadas.

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Gerhard Schröder (esquerda) e o presidente da UE, José Maria Aznar, querem pressa no combate à imigração ilegalFoto: AP

Tampouco existe um consenso sobre medidas draconianas, como uma redução na ajuda ao desenvolvimento, contra os países que não cooperarem com o futuro controle da imigração ilegal pela União Européia. Esta proposta da Espanha, que ocupa a presidência rotativa da UE, é rejeitada principalmente pela França e a Suécia.

O chanceler federal da Alemanha, Gerhard Schröder, defendeu o planejado combate drástico à imigração ilegal, afirmando que os planos da UE não teriam nada a ver com um isolamento ou uma fortaleza em volta da Europa, como acusam ONGs ativistas dos direitos humanos.

O fluxo de imigrantes ilegais, principalmente os transportados de navio pelo Mediterrâneo por bandos de traficantes humanos, é um dos principais problemas a ser discutido pelos chefes de Estado e de governo em Sevilha.

No mínimo três milhões de pessoas vivem ilegalmente nos 15 países da UE, segundo estimativas da ONU. A polícia comum européia, Europol, calcula que 500 mil pessoas entram por ano ilegalmente na UE, mas o número real deve ser bem maior.

Abuso da extrema-direita

Na véspera da conferência de cúpula de Sevilha, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, disse que se a UE não driblar as questões asilo político e imigração, vão melhorar as condições para o fortalecimento da extrema-direita na Europa. Assim como os seus colegas da França e Suécia, Blair também duvida que a cooperação de terceiros países no combate à imigração ilegal dependa da ajuda ao desenvolvimento. Deve ficar bem claro, porém, que os países de origem e os outros por onde transitaram os imigrantes ilegais também devem contribuir para uma solução do problema, segundo o premier britânico.

Os líderes da UE querem também aprovar medidas para proteger melhor de imigrantes indesejados as suas fronteiras externas e padronizar as suas políticas de asilo e imigração. Está planejada também, há muito tempo, a criação de uma polícia de fronteira comum européia.

Os 500 africanos que se entrincheiraram na Universidade de Sevilha pretendem fazer uma greve de fome durante a cúpula de dois dias, a fim de protestar contra a política restritiva de imigração.

Imigração enriquece a sociedade

Ao contrário da posição dos seus governantes, a maioria dos cidadãos da UE encara as minorias e imigrantes de forma positiva. Segundo uma pesquisa encomendada pela Comissão Européia, 61% dos cidadãos da UE vêem as minorias e os imigrantes como um enriquecimento da sociedade. Um quarto não se sente incomodado pelos imigrantes, mas deseja que eles se adaptem aos costumes do país onde vivem. O combate à imigração ilegal não é, segundo os europeus, a tarefa mais importante da UE.

Outro tema importante da conferência de cúpula são as negociações sobre a ampliação da UE, que deverão ser concluídas até o fim de 2002. O ponto mais polêmico é o futuro da política agrária depois da expansão, com o ingresso de outros países. Principalmente Berlim exige um limite dos gastos de bilhões de euros com o sistema de subvenção, mas não se espera uma decisão em Sevilha.