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UE convoca embaixador turco após declaração de Erdogan

23 de março de 2017

Horas antes de ataque em Londres e em meio a tensão com países do bloco, presidente turco sugere que segurança de europeus está ameaçada. União Europeia pede explicação de representante em Bruxelas.

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Erdogan
Erdogan vem fazendo comentários hostis a países europeus em meio a tensõesFoto: Reuters/M. Sezer

A União Europeia (UE) convocou nesta quinta-feira (23/03) o embaixador turco em Bruxelas para pedir uma "explicação" sobre as observações de cunho ameaçador do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em relação à segurança dos cidadãos europeus nas ruas do mundo todo.

Na quarta-feira, o líder turco disse que nenhum europeu poderá andar nas ruas em segurança se o bloco mantiver uma atitude que julga hostil em relação à Turquia. Ele sugeriu, portanto, que os cidadãos do continente receberiam o mesmo tipo de tratamento.

"Se vocês continuarem a se comportar dessa maneira, amanhã, nenhum europeu, nenhum ocidental, poderá mais dar um passo em segurança, com serenidade nas ruas, em nenhuma parte do mundo", disse Erdogan durante um discurso em Ancara.

As declarações foram feitas horas antes do atentado em Londres nesta quarta-feira, quando um motorista avançou com o carro contra pedestres nos arredores do Parlamento britânico e depois esfaqueou e matou um policial.

Segundo a porta-voz da Comissão Europeia Maja Kocijancic, o representante permanente da Turquia junto à UE terá de se dirigir ao Serviço Europeu de Ação Externa (serviço diplomático do bloco) e falar com o diretor responsável pelas relações da UE com Ancara para esclarecer os comentários de Erdogan.

As declarações do presidente turco surgem em meio a um aumento de tensões entre a Turquia e a UE nas últimas semanas, sobretudo após o cancelamento de comícios de políticos turcos na Alemanha e na Holanda. Erdogan chegou a acusar a chanceler federal alemã, Angela Merkel, de adotar "medidas nazistas", o que provocou indignação em Berlim.

As tensões com a Europa se acirram a menos de um mês de um referendo sobre uma reforma constitucional que pretende ampliar os poderes presidenciais na Turquia.

IP/afp/lusa/ap