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UE analisa sistemas de alarme em massa

mw17 de fevereiro de 2004

Um atentado terrorista de grande proporção é a catástrofe mais temida hoje na Europa. Países estudam opções para alertar população rapidamente em caso de catástrofe e apostam em maior integração de suas polícias.

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Unidade à prova de bombas do Tribunal Superior de DüsseldorfFoto: dpa

A busca por soluções futuristas para casos de catástrofes nacionais e européias atraiu cerca de 600 participantes de 20 países a Bonn, onde se realiza o 7º Congresso Europeu de Policiais. E neste início de século 21, a possibilidade de catástrofe que mais assusta a Europa é a de um atentado terrorista com as dimensões dos ataques da Al Qaeda a Nova York e Washington em 11 de setembro de 2001.

"A ameaça do terrorismo internacional nos colocou diante de perigos de dimensões jamais conhecidas. No contexto da defesa civil, temos de considerar cenários que nunca antes imaginamos possíveis para que possamos nos armar contra eles", afirmou o ministro do Interior da Alemanha, Otto Schily, ao abrir o evento.

Para o comissário de Justiça e Interior da União Européia, Antonio Vitorino, a polícia Europol é um instrumento importante, mas que só se tornará eficaz se ela servir de elo entre as autoridades policiais dos países membros da UE. "A particularidade desta ameaça exige um amplo intercâmbio de informações. Espero que cada país mostre suficiente confiança para transmitir à Europol os dados de suas polícias nacionais, para que a Europol possa ajudar as autoridades dos demais países", disse Vitorino.

Desde 11 de setembro de 2001, somente o Departamento Federal de Polícia Criminal da Alemanha (BKA) checou 25.600 pistas relacionadas a suspeitas de terrorismo. Atualmente, o BKA investiga cerca de 70 casos. No total, as autoridades alemãs apuram 182 islâmicos suspeitos.

Meios para reagir rápido

O banco de dados imaginado pelo comissário não se restringiria a informações sobre suspeitos e criminosos. Uma central de defesa civil em Bruxelas deverá dispor também de um cadastro de especialistas para missões especiais, como desastres químicos.

O temor de um atentado terrorista é grande e reflete-se na preocupação das autoridades de encontrar formas de, em caso de necessidade, alertar e mobilizar rapidamente a população.

Bundesinnenminister Otto Schily nimmt am Europäischen Polizeikongress teil
Terroristas islâmicos são a maior preocupação de Schily, ex-advogado de membros da Fração do Exército VermelhoFoto: AP

Os especialistas estudam desde meios convencionais, como a reimplantação de sirenes nas ruas, abolidas após o fim da Guerra Fria, até a exploração dos modernos meios de comunicação, como alarme coletivo através de telefones celulares e fixos. Este sistema permitiria, por exemplo, restringir o alerta a pessoas de somente uma determinada rua, ou então apenas médicos. Também a aparição automática de mensagens na internet está em discussão.

Na Alemanha, o governo reagiu rápido aos atentados em Nova York e Washington e, já em outubro de 2001, ou seja, quatro semanas depois dos ataques da Al Qaeda, pôs em vigor um novo sistema de alarme. Em caso de catástrofe, os cidadãos serão avisados pelas emissoras de rádio e televisão. De acordo com o ministro Schily, o maior desafio agora seria organizar de forma eficaz as ações de todas as autoridades e instituições.

"A mais importante conseqüência organizatória é reunir todos os serviços federais na área de defesa civil sob um único comando. Para tal será criado o Departamento Federal de Defesa da População e Ajuda em Catástrofes, que fará parte fundamental do Sistema de Segurança Nacional", revelou o social-democrata, ex-advogado de terroristas da Fração do Exército Vermelho (RAF) nos anos 80.

Outra medida no combate ao terrorismo foi a construção, em Düsseldorf, de uma unidade do Tribunal Superior Regional à prova de atentados a bomba. Inaugurado em janeiro, o prédio custou 37 milhões de euros e tem paredes reforçadas e heliporto próprio. Quatro suspeitos de pertencer ao grupo terrorista Al Tawhid estão estreando o banco dos réus desde a semana passada.

De olho também na Copa do Mundo

Nem só de terrorismo se ocupa o congresso policial em Bonn. Os participantes também discutem estratégias para impedir que hooligans perturbem a próxima Copa do Mundo de futebol, em 2006, na Alemanha. Planeja-se, por exemplo, um intercâmbio de dados sobre os passageiros de aviões, de modo que conhecidos promotores de baderna tenham recepção particular nos aeroportos alemães.