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Ucranianos depositam esperança em eleições presidenciais

25 de maio de 2014

Futuro presidente terá como urgente missão tirar a Ucrânia da crise. No leste do país, pró-russos dificultam votação. Repórteres europeus são mortos perto de Slaviansk, em choque entre forças de Kiev e separatistas.

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Foto: DW/R. Goncharenko

Os ucranianos comparecem às urnas neste domingo (25/05) para escolher seu futuro presidente sob certa tranquilidade, apesar de o país estar à beira de uma guerra civil por conta da forte tensão gerada pelos movimentos separatistas e por recentes ingerências da Rússia no território vizinho.

Cerca de 35 milhões dos 44,6 milhões de cidadãos ucranianos foram convocados para comparecer às urnas. Entre os mais otimistas, a esperança é que um novo chefe de Estado possa encontrar um caminho para sair da crise, em um país dividido por forças pró-europeias e pró-Moscou.

Cerca de 100 mil policiais e voluntários foram mobilizados para garantir a segurança da que é considerada a mais importante votação popular da história da república desde sua independência em relação à União Soviética, em 1991. A votação é também fiscalizada por 1,2 mil observadores internacionais.

Pelo telefone, o presidente russo, Vladimir Putin, assegurou tanto à chefe de governo alemã, Angela Merkel, quanto ao presidente da França, François Hollande, que acatará o resultado da eleição.

Ukraine Wahl Kandidaten Julia Timoschenko und Pjotr Poroschenko
Candidatos Yulia Timoshenko e Petro PoroshenkoFoto: picture-alliance/dpa/dpaweb

Nas proximidades da cidade separatista de Slaviansk, no leste do país, uma equipe de jornalistas estrangeiros foi envolvida num fogo cruzado entre tropas do governo e milicianos pró-russos no sábado. Segundo o Ministério do Exterior da Itália, o fotógrafo freelancer italiano Andrea Ronchelli foi morto por disparos de morteiro, assim como um intérprete russo. O terceiro integrante do grupo, o fotógrafo francês William Roguelon, da agência AFP, ficou ferido no episódio.

Chances de segundo turno

Dos 19 candidatos ao pleito presidencial na Ucrânia, somente um apresenta chances reais de se eleger em primeiro turno: o empresário Petro Poroshenko, de orientação pró-Ocidente, cujo império industrial inclui fábricas de chocolates e de automóveis. De acordo com pesquisas de boca de urna, o bilionário de 48 anos deverá alcançar aproximadamente 45% dos votos.

Menos de 8% dos eleitores se mostraram dispostos a votar na ex-chefe de governo Yulia Timoshenko, e os 19 demais candidatos não chegam a alcançar, juntos, 4% nas sondagens de intenção de voto. Caso nenhum deles obtenha maioria absoluta, os dois primeiros colocados se enfrentarão num segundo turno, em 15 de junho.

As eleições na Ucrânia coincidem com o último dia da votação para o Parlamento da União Europeia. Até o início da tarde deste domingo, pouco mais de 40% dos ucranianos habilitados a votar haviam comparecido às urnas, que fecham às 20h (15h em Brasília). No pleito de 2010, que elegeu o político pró-Kremlin Viktor Yanukovytch, a participação eleitoral foi de 66%.

Wahl in der Ukraine Donezk
Em Donetsk, reduto dos separatistas, acesso às urnas é dificultadoFoto: DW/K. Oganesyan

Pressão separatista

No leste do país, sob controle dos separatistas, diversas seções eleitorais permaneceram fechadas. No reduto rebelde de Donetsk, apenas poucos moradores eram vistos nas ruas, pela manhã. Segundo dados oficiais, pouco mais de 400 dos 2.430 locais de votação da região estiveram em funcionamento. Também em Lugansk, apenas um sexto, ou seja, 300 mil dos 1,8 milhão eleitores conseguiram votar.

Um dos motivos para tal é que, em ambas as províncias, as comissões eleitorais são em grande parte dominadas pelos separatistas. Antes mesmo do início do escrutínio, observadores criticavam as numerosas tentativas de intimidação e agressões nas seções eleitorais.

Há três meses a Ucrânia é liderada por um governo interino pró-ocidental, comandado pelo premiê Arseniy Yatsenyuk e o presidente Olexandr Turtchinov. Em 22 de fevereiro, o pró-russo Yanukovytch foi destituído, após semanas de protestos, fugindo em seguida para a Rússia. Seu atual paradeiro é desconhecido.

AV/rtr/afp/dpa