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Ucranianos comemoram isenção de visto na UE

11 de junho de 2017

Após anos de negociações difíceis, entra em vigor o livre ingresso no bloco europeu para cidadãos da ex-república soviética. Medida foi celebrada como um réveillon, e a população não ficou só nos festejos.

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Festejos da liberação de entrada na UE já começaram na noite da véspera em Kiev
Festejos da liberação de entrada na UE já começaram na noite da véspera em KievFoto: Getty Images/AFP/S. Supinsky

Os cidadãos da Ucrânia passam a ter livre ingresso para a União Europeia, podendo permanecer no bloco até 90 dias como turistas, sem necessidade de visto. Em Kiev festejou-se a entrada em vigor da medida como um réveillon, já a partir da 00h00 deste domingo (11/06). Centenas já haviam começardo a celebrar na noite da véspera, num concerto na Praça da Europa de Kiev.

Segundo a guarda de fronteira do país, já nas primeiras horas do dia cerca de 600 ucranianos atravessaram para a UE, munidos apenas de seus passaportes biométricos; outros embarcaram em aviões para Varsóvia, Budapeste, Frankfurt e outras metrópoles europeias.

A isenção de visto, que não implica permissão de permanência, foi aprovada em 8 dezembro de 2016, como resultado de anos de difíceis negociações entre de Kiev e Bruxelas. Ela vale tanto para viagens de negócios como para turismo ou visitas familiares, com exceção do Reino Unido e da Irlanda. Por sua vez, a Islândia, Noruega e Suíça se juntaram à iniciativa da UE, apesar de não serem Estados-membros.

 Presidente Poroshenko (esq.): libertação definitiva em relação à União Soviética
Presidente Poroshenko (esq.): libertação definitiva em relação à União SoviéticaFoto: picture-alliance/AP Photo/S. Chuzavkov

"Liberação da União Soviética"

Para o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, a nova liberdade de circulação representa a libertação definitiva do país em relação à União Soviética. "Agora só vamos escutar dos Beatles as palavras Back in the USSR", disse o político pró-europeu, em alusão à canção de 1968 da banda inglesa cujo refrão diz "de volta para a URSS". Ele enfatizou que 10% dos 40 milhões de habitantes do país já possuem um passaporte biométrico.

As relações entre Kiev e Moscou são altamente tensa desde que o antecessor de Poroshenko, o pró-russo Viktor Yanukovich, foi derrubado em fevereiro de 2014. Pouco mais tarde a Rússia ocupou e anexou a ucraniana península da Crimeia.

No leste da ex-república soviética, o Exército ucraniano luta há três anos contra rebeldes pró-Moscou, que dominam grande parte da região. Mais de 10 mil já foram mortos no conflito, e os esforços de paz estão paralisados. Kiev acusa Moscou de apoiar os separatistas por meios militares, o que o Kremlin desmente.

Os choques armados no leste da Ucrânia entre rebeldes e as Forças Armadas nacionais perduram neste fim de semana. Desde o sábado quatro soldados ucranianos foram mortos e quatro ficaram feridos, informaram fontes militares.

AV/afp,dpa