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Turquia lança ataques aéreos simultâneos contra EI e PKK

25 de julho de 2015

Antes acusada pela aliança internacional de inação contra o terrorismo, Ancara arrisca dupla ofensiva contra ambas as organizações no Iraque e na Síria. Curdos do PKK anunciam fim de pacto de paz de 2013 com Ancara.

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Foto: picture-alliance/AA/Veli Gurgah

O governo turco lançou uma ofensiva militar simultânea contra as forças do "Estado Islâmico" (EI) e as do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) na Síria e no Iraque. Ambas as organizações, classificadas como terroristas, são inimigas entre si.

Durante a madrugada e a manhã deste sábado (25/07), aviões de combate turcos voltaram a atacar posições do EI na Síria. Ao mesmo tempo foram realizados voos de ataque contra o PKK no norte do Iraque.

Segundo o gabinete do primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, aviões da Força Aérea nacional atingiram abrigos, arsenais e "outros pontos logísticos" dos curdos nas montanhas iraquianas de Qandil.

Ao meio-dia (hora local), Davutoglu declarou à imprensa em Ancara que uma terceira onda de "operações aéreas e por terra" foi iniciada contra o EI e o PKK, e que continuaria "enquanto houver uma ameaça contra a Turquia".

Guinada na política militar turca

As múltiplas ofensivas aéreas marcam uma mudança de direção na política turca em relação ao EI. Essa guinada foi desencadeada sobretudo pelo atentado suicida a bomba da última segunda-feira, na cidade de Suruç, que abalou a sociedade do país.

Até então, a aliança internacional anti-EI, liderada pelos Estados Unidos, vinha acusando a Turquia, membro-chave da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), de não empreender o suficiente contra os jihadistas, mesmo depois de eles ocuparem vastas regiões no Iraque e na Síria, desde 2014.

Türkei Premierminister Davutoglu Sicherheitsmeeting
Premiê Davutoglu (dir.) e perito em segurança turcoFoto: picture-alliance/Xinhua/Turkish Prime Ministry

Devido à falta de participação de Ancara, os EUA passaram a apoiar, com seus aliados de solo no norte sírio, os combatentes curdos conhecidos como Unidades de Defesa do Povo (YPG), que são filiadas ao PKK. Nesta sexta-feira, o secretário americano de Defesa, Ash Carter, visitou líderes curdos no Iraque.

O enfraquecimento da posição internacional da Turquia coincide com o clima interno de insegurança política. No momento, o AKP, partido do presidente Recep Tayyip Erdogan, encontra dificuldade de encontrar um parceiro minoritário para uma coalizão governamental, após ter perdido a maioria absoluta nas eleições de 7 de junho.

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Milicianos do PKK no norte do IraqueFoto: AFP/Getty Images

"Fim do pacto de paz" com PKK

Um porta-voz do PKK informou à agência de notícias AP que os ataques aéreos turcos contra os campos da organização no norte do Iraque "basicamente acabou" com o pacto de paz fechado em 2013 entre Ancara e os militantes curdos.

"O cessar-fogo não tem mais nenhum significado depois desses bombardeios aéreos pelas Forças Armadas turcas ocupadoras", segundo consta do website do PKK.

Os curdos reivindicam há décadas autonomia em relação à Turquia. Até o pacto de 2013, que agora é questionado, os combates no sudeste do país entre os insurgentes e o Exército turco custaram milhares de vidas. O PKK é considerado organização terrorista pela Turquia, a União Europeia e os Estados Unidos.

AV/afp/ap/rtr/dpa