Tsipras pede plenos poderes para negociar com credores
11 de julho de 2015O parlamento grego discute na noite desta sexta-feira (10/07) o programa de reformas e as medidas de austeridade propostas pelo governo para tentar conseguir um terceiro programa de resgate. O primeiro-ministro Alexis Tsipras deseja obter plenos poderes para negociar um acordo com os credores internacionais.
Perante os parlamentares, Tsipras admitiu erros e defendeu as propostas do governo, afirmando que as medidas eram difíceis, mas ajudariam a manter a Grécia na zona do euro. O primeiro-ministro disse que o novo plano, em diversos pontos, é "muito melhor" do que o pacote rejeitado pelos gregos no do último domingo.
Tsipras lembrou ainda que conseguiu uma vitória importante. "Pela primeira vez, nós tivemos uma discussão substancial para uma reestruturação da dívida", reforçou.
De acordo com uma emissora de rádio estatal grega, o parlamento deve votar o pedido do primeiro-ministro no início da madrugada de sábado. A expectativa para a obtenção de plenos poderes é positiva.
A maioria dos partidos da oposição anunciou que votaria a favor da proposta. A decisão está nas mãos da coalizão, onde muitos parlamentares já se manifestaram contra o plano do governo.
Novo empréstimo
Para evitar a saída da zona do euro e a falência do país, a Grécia tenta obter junto ao Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) um novo empréstimo. Entre as propostas apresentadas em troca do programa de resgate, o governo grego se compromete a realizar reformas tributária e fiscal, estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria, cortar gastos com Defesa e realizar uma série de privatizações.
As propostas foram bem recebidas pelos credores. Segundo fontes da UE, a Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) estão satisfeitos com o plano grego e ele seria suficiente para servir de base para um empréstimo de aproximadamente 74 bilhões de euros.
No sábado, os 19 ministros das Finanças da zona do euro discutirão as propostas gregas, e no domingo, será a vez de os 28 líderes da União Europeia se reunirem numa cúpula extraordinária para decidir o futuro da Grécia.
CN/dpa/rtr