Tsipras é empossado primeiro-ministro da Grécia
26 de janeiro de 2015O líder do partido radical de esquerda Syriza, Alexis Tsipras, foi empossado nesta segunda-feira (26/01) no cargo de primeiro-ministro da Grécia, depois da vitória nas eleições parlamentares de domingo e da formação da aliança de governo com a pequena legenda nacionalista Gregos Independentes.
Tsipras prestou juramento perante o presidente grego, Karolos Papoulias. O novo primeiro-ministro foi o primeiro chefe de governo a prescindir do juramento religioso, feito tradicionalmente antes de o vencedor se apresentar ao presidente.
O Syriza conquistou 36,34% dos votos nas eleições de domingo, ganhando 149 cadeiras no Parlamento, duas abaixo do necessário para a maioria absoluta. Os gregos independentes obtiveram 4,75% dos votos, conquistando 13 assentos. A nova coalizão tem, assim, 162 deputados.
"A partir deste momento há um governo, nós daremos um voto de confiança ao novo primeiro-ministro", declarou Kammenos na manhã desta segunda-feira, depois de uma reunião com Tsipras. Os dois partidos se opõem às medidas de austeridade que fazem parte dos bilionários pacotes de ajuda à Grécia.
Pela primeira vez em mais de 40 anos, o partido Nova Democracia, do atual primeiro-ministro Antonis Samaras, e o partido de centro-esquerda Pasok – as duas forças que dominam a política grega desde 1974 – estão fora do poder. O Nova Democracia terminou as eleições em segundo lugar, com quase 28% dos votos e 76 assentos.
O resultado das eleições é um claro sinal de que grande parte dos gregos está insatisfeita com as medidas de austeridade econômica exigidas pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional em troca dos pacotes de resgate no valor de 240 bilhões de euros.
Futuro da Grécia no euro
Com a vitória, o Syriza se tornou o primeiro partido contrário às políticas de austeridade a vencer uma eleição na Europa. Já Tsipras, de 40 anos, é o primeiro-ministro mais jovem da história da Grécia.
O resultado das urnas é visto como decisivo para a futura política social e econômica do país, altamente endividado. O líder do Syriza exige um corte da dívida, algo que os credores da chamada troica – União Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu – rejeitam categoricamente.
Em pronunciamento feito no domingo em Atenas, Tsipras afirmou que o país vai trabalhar junto a seus credores em busca de uma saída "viável" para a dívida de cerca de 300 bilhões de euros, mas que está determinado a deixar para trás o "desastroso programa de austeridade".
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