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Três corpos são encontrados perto de presídio em Manaus

8 de janeiro de 2017

Cadáveres em avançado estado de decomposição são localizados nas imediações de penitenciária que foi palco de massacre com ao menos 56 mortos. Ainda não há informações de ligação dos corpos com a chacina.

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Manaus
Policiais em Manaus, onde dezenas de presos foram mortos em uma semanaFoto: REUTERS/M. Dantas

Três corpos foram encontrados, em avançado estado de decomposição, na manhã deste domingo (08/01) numa mata próxima ao Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), onde um massacre deixou dezenas de mortos no início da semana.

De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Amazonas, equipes da Polícia Civil, Instituto de Criminalística e Instituto Médico Legal foram deslocadas para o local para remover os corpos.

O Compaj foi palco de uma chacina que se encerrou na última segunda-feira, deixando ao menos 56 detentos mortos após confrontos entre facções rivais. Mais de 180 presos fugiram da penitenciária. O governo ainda não informou se os três corpos encontrados neste domingo – perto da via de acesso ao Compaj – têm ligação com os eventos do início da semana.

Leia mais: "Chacinas evidenciam conluio do Estado com facções"

Semana conturbada

Na manhã deste domingo também foi confirmada a morte de ao menos quatro pessoas na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no centro de Manaus. Dos quatro mortos, três foram decapitados e um morreu por asfixia. O motivo da rebelião ainda é desconhecido.

A cadeia recebeu ao longo da semana cerca de 280 detentos transferidos do Compaj. A unidade estava desativada desde outubro de 2016, após recomendação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e foi reaberta para abrigar os detentos. 

Segundo Sérgio Fontes, secretário de Segurança Pública do Amazonas, a chacina no Compaj foi resultado da rivalidade entre as organizações criminosas Família do Norte (FDN) e Primeiro Comando da Capital (PCC). Aliada ao Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, a FDN domina o tráfico de drogas e as penitenciárias do Amazonas.

Nesta sexta-feira, 33 presos foram assassinados na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), na zona rural de Boa Vista. O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, negou que tenha se tratado de uma retaliação do PCC pelo ocorrido no presídio amazonense.

No mesmo dia, Moraes apresentou detalhes do Plano Nacional de Segurança, que prevê a construção de mais presídios estaduais e federais e a criação de unidades de inteligência integradas e todos os estados do país, entre outras medidas. Especialistas criticaram a falta de medidas inovadoras no plano, classificando-o de "mais do mesmo".

LPF/abr/ots