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Trovão gera incidente em vôo de Schröder sobre Cabul

(ef)10 de maio de 2002

Um barulho em forma de duas explosões causaram grande choque no avião do chanceler federal da Alemanha, quando Gerhard Schröder voava sobre o Afeganistão em direção ao vizinho Ubzbequistão, na noite de quinta-feira (9).

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Gerhard Schröder (em Cabul): «Mesmo que não fosse alarme falso, eu não poderia desembarcar...»Foto: AP

Foram então disparadas balas de magnésio e cartuchos com papel de estanho para desviar possíveis mísseis. A tripulação supôs que o aparelho militar havia entrado na mira do sistema de radar de um míssil terra-ar, pois ainda existem milhares deles dos tempos da guerra civil no Afeganistão. Pouco depois a Força Aérea constatou que uma trovoada provocara o alarme falso de ataque. Quando o chefe de governo decolou, após uma visita de oito horas a Cabul, o céu da cidade estava escuro.

O ex-craque de futebol Franz Benckenbauer foi quem mais se assustou. Schröder permaneceu tranqüilo, por que estava na cabina e não se deu conta do incidente. "Mesmo que não tivesse sido um alarme falso eu não poderia desembarcar", brincou ele nesta sexta-feira na capital uzbeque Tashkent.

Motivo de galhofa

– Não é a primeira vez que o sistema antimíssil dispara num vôo do Transall sobre o Afeganistão. Isso acontece com freqüência, segundo um porta-voz da Força Aérea. Por razões de segurança, os alemães só voam com esse avião, embora ele seja considerado ultrapassado. Por isso os militares alemães são motivos de risos. Mas para eles a segurança dos mais de mil camaradas estacionados em Cabul está cima de tudo.

A curta visita de Schröder a Cabul foi perigosa, improvisada e exótica. Nômades com os seus camelos estão acampados no estádio de futebol, onde ainda poucos meses atrás os talibãs faziam execuções públicas.

Ajuda financeira

– Os afegãos esperam muita ajuda financeira e apoio político da Alemanha. Schröder não levou cheque algum, mas com 320 milhões de euros que garantiu para os próximos quatro anos a Alemanha já é o maior doador. Considerando esta soma, o chefe de governo alemão também acha natural que o empresariado do seu país esteja interessado em fazer negócios no Afeganistão. Por isso mesmo, dez diretores de firmas grandes e médias o acompanharam a Cabul.

Os empresários queriam ter uma noção das possibilidades de investimentos no país destruído por uma guerra civil de 22 anos de guerra civil, secas e, por último, os bombardeios dos Estados Unidos e aliados na luta contra o regime talibã e a organização Al Qaeda de Osama Bin Laden, em represália aos atentados de 11 de setembro.