Tropas alemãs podem ser alvo de atentados no Afeganistão
2 de março de 2002Tropas americanas e do Afeganistão lançaram a maior ofensiva aérea e por terra desde o início do ano, ao atacar esconderijos dos talibãs e da rede terrorista Al Qaeda, no leste do país. Aviões de combate e helicópteros americanos bombardearam, neste sábado, alvos na província Paktia, ao mesmo tempo em que 600 soldados afegãos e 60 americanos avançaram por terra.
Ninho da resistência
- Segundo fontes dos EUA, os talibãs, que antes governavam o país, tentavam reagrupar suas forças em Paktia e na região fronteiriça com o Paquistão, tendo reunido 5 mil homens, entre eles muitos estrangeiros que lutavam nas fileiras da organização extremista Al Qaeda. Os Estados Unidos continuam procurando seu chefe, Osama bin Laden, o responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, e o ex-líder das milícias talibãs do Afeganistão, Mullah Mohammad Omar.Alemães alvos de atentados
- Os 770 soldados alemães que integram as tropas de paz no Afeganistão (ISAF), podem ser alvo de atentados, segundo o ministro alemão da Defesa, Rudolf Scharping, que ordenou atenção redobrada. "Estamos examinando agora medidas adicionais de segurança", declarou o ministro ao jornal Bild. O problema é que o quartel-general dos alemães, no planalto de Cabul, pode ser facilmente atingido por granadas disparadas das montanhas. O semanário Spiegel também mencionou que os militares têm indícios concretos de planos de atentados contra as tropas estrangeiras, nos quais seriam usados carros-bomba.O Exército alemão deverá continuar coordenando algumas operações no Afeganistão, embora a Alemanha se recuse a assumir o comando da ISAF, quando a Grã-Bretanha entregá-lo, em abril. A função da tropa de paz é garantir a formação do futuro governo.
A assembléia dos mais velhos
- Em junho irá reunir-se a Loja Dschirga, a tradicional assembléia dos mais velhos das tribos afegãs, a quem caberá eleger o governo. Atualmente, uma comissão percorre o país, a pedido das Nações Unidas, preparando a assembléia.Na província de Kunar, também no leste do Afeganistão, foram assassinados sete homens que haviam entrado em contato com a comissão encarregada dos contatos. Observadores políticos interpretam a morte dos importantes representantes locais da região de Paschat como mais uma tentativa de adeptos dos talibãs em impedir a formação da assembléia e a eleição do novo governo.