1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Tribunal Penal de Haia condena cinco sérvios bósnios

Soraia Vilela2 de novembro de 2001

Comandantes do campo de concentração Omarska, no norte da Bósnia-Herzegóvina, receberam em Haia penas entre cinco e 25 anos de prisão.

https://p.dw.com/p/1KmG

O Tribunal Penal Internacional de Haia, na Holanda, condenou nesta sexta-feira cinco sérvios bósnios a penas entre cinco e 25 anos de prisão, sob acusação de homicídio e uso de torturas durante a Guerra da Bósnia, entre 1992 e 1995. O juiz Almiro Rodrigues acusou os réus de participarem de estupros, homicídios e perseguições entre 1992 e 1995.

Quatro dos cinco acusados exerceram posições de comando no campo de concentração Omarska, considerado parte de uma rede de extermínio de bósnios e croatas coordenada pela milícia sérvia, com o objetivo de eliminar toda a população não sérvia da região de Prijedor, ao norte da Bósnia-Herzegóvina.

A proclamação da sentença em Haia nesta sexta-feira durou cerca de uma hora. No processo que corre há 113 dias, foram ouvidas 140 testemunhas e analisados mais de 400 documentos. O Tribunal Penal Internacional de Haia condenou os sérvios bósnios por crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Os acusados entre 38 e 64 anos participaram, segundo o Tribunal, de uma "orgia infernal de perseguições", nas palavras do juiz Rodrigues.

O ex-policial da reserva Zoran Zigic foi condenado a 25 anos de prisão. O antigo diretor de uma unidade de vigilância, Mlado Radic, recebeu uma pena de 20 anos de prisão por perseguições, uso de tortura e estupros. Os outros três acusados foram condenados a sete, seis e cinco anos de detenção. Perante o Tribunal, todos alegaram inocência e revidaram as acusações.

Cerca de seis mil muçulmanos foram presos durante a Guerra da Bósnia em Omarska e em outros dois campos de concentração vizinhos, na região de Prijedor. O Tribunal Penal Internacional de Haia acusou em 1995 três homens por crimes de guerra em Omarska, um deles por genocídio. Três dos acusados continuam em liberdade.