Tribunal de Contas questiona estatísticas do Departamento do Trabalho
5 de fevereiro de 2002O Departamento Federal do Trabalho e seu presidente, Bernhard Jagoda, estão sob forte pressão na Alemanha, depois que o Tribunal de Contas descobriu erros bombásticos nas estatísticas sobre a colocação de desempregados. Essa é uma das tarefas do órgão, que mantém 181 agências em todo o país.
Em seu relatório, o departamento afirmou que teria conseguido trabalho para 3,9 milhões de desempregados em 2000. Após controlar mais de 5000 casos de mediação de mão-de-obra em cinco agências, o Tribunal de Contas questionou esse número. Ele verificou que 70% dos casos foram registrados erroneamente, isto é, os desempregados não haviam conseguido trabalho, com o que o departamento não cumprira sua função de agência de emprego.
Reforma radical e a cabeça do presidente
- Políticos de todos os partidos, entidades empresariais e institutos econômicos exigiram uma reforma radical do sistema estatal de colocação de mão-de-obra e a participação de agências particulares no esquema. Diante da dimensão das discrepâncias houve quem pedisse a cabeça de Jagoda, que é membro da União Democrata-Cristã, partido de oposição ao governo federal, e presidente o departamento há vários anos.Uma reforma deveria começar pela "cabeça e os membros" da instituição, exigiu Dieter Hundt, presidente da Federação Alemã dos Empregadores. O órgão federal precisaria adotar uma mentalidade empresarial e pensar em eficiência e rentabilidade. Ele considerou "um escândalo" que somente 10% dos seus 93 mil funcionários se dediquem a arranjar trabalho para quem está sem.
4,3 milhões de desempregados
- A diretoria do Departamento Federal do Trabalho marcou uma reunião extraordinária para tratar das acusações na quarta-feira (06), quando irá divulgar os novos dados do mercado de trabalho. Segundo adiantaram alguns jornais, o número de desempregados tornou a subir na Alemanha, chegando perto de 4,3 milhões de pessoas em janeiro.