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Tribunal condena ex-presidente da Libéria por crimes de guerra

26 de abril de 2012

Ex-presidente da Libéria Charles Taylor é considerado culpado de crimes de guerra e contra a humanidade durante a guerra civil na Serra Leoa. É a primeira condenação de um ex-chefe de Estado desde Nurembergue.

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** FILE ** Former Liberian President Charles Taylor makes his first appearance at the Special Court in Freetown, in this April 3, 2006 file photo. Taylor's lawyers need more time to prepare his defense against charges he directed a campaign of murder, rape and enslavement in West Africa, his lawyer told a judge Friday Jan. 26, 2007. (AP Photo/George Osodi, Pool, File)
Foto: dapd

O ex-presidente da Libéria Charles Taylor foi considerado culpado de crimes de guerra e contra a humanidade, cometidos durante a guerra civil na Serra Leoa (1991-2001), conflito em que teriam sido mortas mais de 120 mil pessoas, segundo estimativas. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (26/04) pelo Tribunal Especial da ONU para a Serra Leoa, estabelecido nas proximidades de Haia, na Holanda.

“O tribunal considera Taylor culpado de ter ajudado e encorajado os seguintes crimes”, declarou o juiz Richard Lussick, antes de enumerar as 11 acusações, incluindo estupros, assassinatos, recrutamento de soldados infantis e atos desumanos.

Essa foi a primeira condenação de um ex-chefe de Estado por um tribunal internacional desde os julgamentos de Nurembergue, que colocaram no banco dos réus a cúpula nazista.

O magistrado afirmou que a pena a ser cumprida pelo ex-presidente, de 64 anos, será pronunciada em 30 de maio. Taylor pode pegar prisão perpétua. Ele deverá cumprir a sentença numa prisão no Reino Unido, segundo informações de um porta-voz do Ministério britânico do Exterior.

Diamantes de sangue

Presidente da Libéria de 1997 a 2003, Taylor foi acusado de ter criado e aplicado um plano para obter o controle da Serra Leoa através de uma campanha de terror, com o objetivo de explorar as reservas de diamantes do país. As tropas de Taylor combateram ao lado dos rebeldes da Frente Unida Revolucionária da Serra Leoa, à qual o presidente fornecia armas em troca dos chamados "diamantes de sangue", extraídos ilegalmente.

Taylor foi acusado em junho de 2003 e detido na Nigéria em março de 2006. Durante o julgamento, que começou em junho de 2007 e foi concluído em março de 2011, a acusação apresentou 94 testemunhas (entre elas a modelo britânica Naomi Campbell e a atriz norte-americana Mia Farrow), e a defesa, 21. O ex-presidente sempre negou as acusações, afirmando ser inocente e vítima de um complô internacional.

A deliberação do tribunal durou cerca de um ano devido "à complexidade do processo", que inclui 50 mil páginas de testemunhos e 1.520 elementos de prova.

MD/rtr/lusa/dpa/afp
Revisão: Alexandre Schossler