1. Pular para o conteúdo
  2. Pular para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

T.Raumschmiere: o antimúsico

Rodrigo Rimon15 de setembro de 2005

Festival de hip hop e breakdance em Leipzig – Robbie Williams, de Berlim para a Europa – Rammstein premiado – Pet Shop Boys fazem trilha de clássico – Tokio Hotel: rock pubertário – T.Raumschmiere: Blitzkrieg Pop

https://p.dw.com/p/7BA5
T.Raumschmiere: punk + eletrônicos

Breakdancing e beatboxing em Leipzig

Temos que dar o braço a torcer: o Hip-Hop World Challenge – campeonato mundial de hip hop, que rolou nos dias 09 e 10/09 em Leipzig e foi o primeiro do mundo (neste formato) – só aconteceu graças ao programa cultural da Copa 2006.

Artistas internacionais mandaram bem diante de três júris internacionais organizados por categoria – beatboxing (sons feitos com a boca), breakbance e DJ. Cerca de 3500 visitantes foram lá para ver.

Antes de começar, houve pré-seleções em vários países, entre eles os Estados Unidos, a França, a Inglaterra, o Japão e o Brasil. Na categoria breakdance, concorreram entre si os 16 melhores do mundo.

Hip Hop World Challenge 2005
Show de futebol e breakdance dos 'Flying Steps' em Leipzig (09/09)Foto: dpa

Robbie com pipocas

Robbie Williams se prepara para um show histórico em Berlim. Vamos por partes: esta será a primeira vez que Robbie lançará um álbum com um show fora do Reino Unido, e os berlinenses tiveram a sorte de sua cidade ter sido escolhida. Todos os berlinenses? Não! O lugar nem é dos maiores e os ingressos, claro, esgotaram em minutos.

Mas o evento será transmitido – ao vivo e em alta definição – para 21 lugares em 11 países da Europa. A grande maioria destes "lugares" são salas de cinema, só em alguns países a coisa foi feita como se fosse um show de verdade. Boa notícia: Robbie ao vivo a preço de cinema!

Rammstein vende mais

Os seis berlinenses continuam sua empreitada para conquistar o mundo, apesar de críticos e alguns ouvintes mais críticos ainda. Veja bem: não é que a banda não lote estádios na Alemanha, isso eles fazem. O problema é que o "elemento teutônico" é demais para muitos alemães e a banda acaba caindo no mesmo saco que outras de "estética fascista" condenável.

Hurricane Festival
Pirotecnia no show do Rammstein em junho de 2006 no festival HurricaneFoto: dpa - Report

Mas não é justamente isso que catapulta a banda para o mundo todo? Neste mês, eles foram premiados na categoria Best Selling Artists from Around the World – Germany no World Music Awards em Los Angeles. O critério, claro, é a venda de discos, mas enfim!

Fãs fiquem ligados: em outubro, a banda vai lançar o novo álbum, Rosenrot. E o primeiro single, Benzin, já está no forno. Fique ligado nesta coluna que a gente não vai deixar passar!

Pet Shop Boys clássico

Aparentemente, era desejo de Sergej Eisenstein que cada geração compusesse uma trilha sonora para seu filme Encouraçado Potemkin, de 1925. Mas justo pelos Pet Shop Boys? Um clássico do cinema mudo soviético ao som de disco pop?

Potemkin with style
Uma apresentação cinematográfica dos Pet Shop BoysFoto: dpa

Não foi bem assim. Neil Tennant e Chris Löwe se juntaram aos 26 músicos da Orquestra de Cordas da Sinfônica de Dresden, especializada em música erudita contemporânea, para gravar o novo álbum. Como parte da turnê, eles se apresentaram na sexta-feira (02/09) ao ar livre na Ilha dos Museus, em Berlim, e em diversas outras cidades alemãs e européias.

"A gente chamou o compositor alemão Torsten Rasch, que compôs o ciclo Mein Herz brennt, baseado em músicas do Rammstein. Ele fez os arranjos orquestrais e nos incentivou a deixar o pop de lado e buscar harmonias mais complexas e dinâmicas", disse Tennant.

Tokio Hotel

Tokio Hotel
Os meninos do Tokio Hotel

Será mais uma boy band? A Alemanha foi invadida por quatro adolescentes que, pelo visual, estão em algum lugar entre Placebo e Trem da Alegria. Eles usam maquiagem, sim, mas não para esconder espinhas.

O nome deles é Tokio Hotel e o primeiro single, Durch den Monsum, um rock melodioso e grudento, já está há quatro semanas no número 1 da parada. (Isso significa que, desde a última DW-Antena, eles não saem de lá.) E, na semana que vem, sai o disco de estréia, Schrei.

Leia mais na próxima página sobre o novo disco de T.Raumschmiere.

T.Raumschmiere: Blitzkrieg Pop

A história de Marco Haas começou em Heidelberg. Foi na pequena e idílica cidade universitária alemã que ele ganhou experiência, através de diversas bandas de punk e hardcore onde era visto atrás da bateria, e seu caminho até o microfone foi longo. Vejamos.

Em 1997, Haas mudou-se para Berlim e fundou com um amigo o selo punk Shitkatapult. E lá aconteceu o que invariavelmente acontece aos recém-chegados: ele foi infectado pelo vírus da música eletrônica. Aí começou a carreira do seu alter ego T.Raumschmiere.

O bode que ri?

Para o jornal Süddeutsche Zeitung, ele "tem o sorriso de um bode raquítico extremamente bem-humorado, mas que logo mostra ser um jovem inteligente e razoável". Mas para qualquer um que assista, por exemplo, ao seu novo videoclipe – "Sick Like Me", três minutos de guitarreiras e gritarias – há duas coisas inaceitáveis nessa afirmação.

Blitzkrieg Pop die Zweite
Capa do CD 'Blitzkrieg Pop' do T.Raumschmiere

Primeiro: a energia que T.Raumschmiere possui no palco sozinho é muitas vezes comparável com a de bandas inteiras, maltratando a guitarra e espancando o teclado. Então sem essa de raquítico. E, depois, "bem-humorada" não é uma descrição cabível para sua atitude. Agressivo, estourado, explosivo…mas não bem-humorado!

E, se o mesmo jornal tiver razão, os shows de T.Raumschmiere já são considerados "as melhores perfomances ao vivo de Nova York a Tóquio, passando pelo Rio de Janeiro". Se isso for verdade, que me desculpem os cariocas, pois esta coluna chegou atrasada e já não é mais nenhuma novidade. Caso contrário, leia abaixo um comentário sobre o novo álbum.

"Hey ho, let's go"

O nome é uma referência aos Ramones: o Blitzkrieg Bop dos veteranos do punk virou, na versão de T.Raumschmiere, Blitzkrieg Pop. Mas não espere muito pelo nome: de pop, o disco realmente não tem muita coisa.

Pelo contrário. Navegando-se pela internet, encontra-se comentários como "a besta eletrônica acordou" e "o som de mil raves em chamas e um milhão de cabeças de fãs de ambient trance implodindo". Aí fica difícil dizer qualquer outra coisa.

Nesse caso, a gente apela para as participações especiais: Diving In Whiskey, por exemplo, é uma faixa linda e inspirada, com vocal de Ellen Allien, dona do selo Bpitch.

Fato é que se trata de um disco explosivo, que elimina as fronteiras entre o punk rock e a música eletrônica. Para quem gosta do rock industrial dos americanos do Ministry, dos britânicos do Prodigy ou dos próprios alemães do extinto Atari Teenage Riot, e estiver a fim de ir um pouco mais além, é um álbum recomendável.

O vencedor do CD Hot Wire My Heart, do Egoexpress, sorteado por esta coluna no mês passado, é Marcelo Muzilli, de Londrina–PR. A camiseta do The Robocop Kraus saiu para Paul Eduard Rehfeldt, de Teutônia-PR. Não se preocupem, vocês serão avisados por e-mail e receberão os prêmios no endereço fornecido.