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Torcida alemã acorda cedo e depois comemora nas ruas

mw15 de junho de 2002

Milhares se reuniram na praça Potsdamer Platz, em Berlim. Comércio ficou às moscas na manhã deste sábado. Nos bares, café da manhã foi regado a cerveja. Chefe de governo vibra ao lado de metalúrgicos.

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Centenas de pessoas acompanharam o jogo na estação ferroviária de MuniqueFoto: AP

O entusiasmo dos alemães com sua seleção na Copa do Mundo começa a ganhar as ruas do país. Com a transmissão ao vivo da partida contra o Paraguai começando às 8h30, a Alemanha acordou cedo neste sábado. Houve quem passasse a noite na praça Potsdamer Platz, em Berlim, para garantir o melhor lugar diante do enorme telão instalado no complexo Sony Center. Desde a abertura do mundial, o local tornou-se diariamente ponto de encontro das torcidas alemã e estrangeiras na capital.

Desta vez não foi diferente. Milhares de pessoas lotaram a praça, que acabou interditada pela Polícia bem antes de a bola rolar, para evitar excesso de gente. O crescente otimismo dos alemães fez-se notar no comportamento dos torcedores. Muitos tiraram finalmente dos armários suas camisas da seleção, as vestiram e foram para as ruas. Vários pintaram os rostos com as cores preta, vermelha e amarela da bandeira nacional. Na hora do gol de Neuville, a Potsdamer Platz transformou-se num mar de bandeiras. Não houve incidentes.

Cerveja em vez de café

– Nos bares, poucos torcedores mantiveram-se fiéis a seus costumes matinais de tomar chá ou café. Para acompanhar pãezinhos ou mesmo omeletes com batatas no desjejum diante da tevê, os alemães pediram cerveja. "Durante a Copa, estou faturando quatro vezes mais", confidenciou Ellen Staschen, dona do bar Potsdamer Stange, no bairro berlinense de Schöneberg. Sorridente, ela ainda informou: "E daqui a pouco vou receber um grupo de turistas dinamarqueses do hotel aqui ao lado. Eles reservaram todos os lugares para assistir ao jogo contra a Inglaterra."

Em Munique, a população também se concentrou onde havia telões, como na estação ferroviária central. Após Neuville fazer o gol decisivo, os bávaros foram festejar nas ruas com carreatas. A cena repetiu-se em várias outras cidades. Em Colônia, o comércio insistiu em abrir suas portas pela manhã, mas passou o período praticamente às moscas. Somente algumas poucas mulheres – boa parte estrangeiras – caminhavam tranqüilamente entre as prateleiras dos supermercados.

Políticos

– Em Leipzig, o início do Congresso dos Metalúrgicos teve de esperar o apito final em Seogwipo. Juntos, centenas de sindicalistas e o chanceler federal Gerhard Schröder, convidado especial, acompanharam a partida num telão gigante. Fã de futebol, o chefe de governo manteve-se sentado, com a mão no peito, durante quase todos os 90 minutos. Somente quando Neuville decidiu o placar aos 43 minutos do segundo tempo, Schröder pulou da cadeira e ergueu o punho, como se ele mesmo tivesse feito o gol.

"A vitória foi merecida, embora tenhamos começado de forma muito contida", avaliou o torcedor número 1 do país, que, em carta à nação, havia prometido que ficaria assistindo ao jogo com a família em Hanôver e só depois cumpriria "agenda política". Quem acabou o fazendo foi seu concorrente na eleição federal de setembro, o governador da Baviera, Edmund Stoiber. O social-cristão adiou seus compromissos da manhã e ficou todo o tempo em casa diante da tevê.