Todos são vencedores até o último momento
23 de setembro de 2002O chanceler federal alemão acentuou em entrevista coletiva, na noite deste domingo (22), que "lutamos em um bom combate". Schröder acentuou os objetivos da coalizão de governo social-democrata e verde em "manter uma política de equilíbrio entre a ecologia e a economia".
O atual chefe de governo alemão mostrou-se otimista, salientando: "Maioria é maioria. Se nós tivermos, vamos usá-la". Ele referiu-se assim ao fato de que, mesmo ficando em segundo lugar no pleito, os social-democratas ainda podem ter eventualmente a possibilidade de manter a coalizão com os verdes, que obtiveram um considerável aumento de votos.
O atual ministro das Relações Exteriores, Joschka Fischer, foi recebido com aplausos ininterruptos em Berlim. Fischer agradeceu seus correligionários pelo apoio, principalmente "às bases e aos muitos jovens que aderiram ao partido, sem os quais a vitória não teria sido possível."
Fischer salientou a satisfação dos verdes em serem o terceiro maior partido alemão e acentuou os bons resultados atingidos pela ala pragmática do partido, conhecida por "realos". O ministro do Exterior, um dos principais responsáveis pela vitória dos verdes nas urnas, reafirmou o objetivo de dar continuidade à coalizão de governo com os social-democratas.
Renovação ecológica –
Em entrevista ao canal de televisão ARD, Fischer ressaltou a possibilidade de dar continuidade "às políticas de renovação ecológica e social" dos verdes, que, segundo o ministro, já provaram que "orientar-se por valores básicos não implica em abandonar o pragmatismo". Questionado sobre a possibilidade de não continuar no governo, Fischer foi incisivo na resposta à repórter: "Espere um pouco. A senhora vai ver que não vamos acabar no banco da oposição."O líder neocomunista do Partido do Socialismo Democrático (PDS), Gregor Gysi, cujo recente abandono da vida pública é apontado como uma das razões das perdas sofridas por seu partido, afirmou que acha "amedrontador como, na política alemã, as pessoas tornam-se importantes e os programas dos partidos acabaram relegados a segundo plano".