Tiro com arco: da Amazônia para as Olimpíadas
Brincar com arco e flecha não é nenhuma novidade para as crianças indígenas. A grande novidade é um jovem índio fazer parte da equipe brasileira de tiro com arco – e com chances de disputar uma olimpíada.
Pescaria e diversão
Dream Braga cresceu na Amazônia brasileira. Durante toda a vida ele perseguiu peixes com arco e flecha. Todos os meninos de sua aldeia fazem a mesma coisa – por diversão e também para garantir a alimentação.
O caçador da floresta
O nome completo do atleta é Dream Braga Iagoara Kambeba. Ele pertence à tribo Kambeba, que vive em uma área de preservação às margens do Rio Negro, no estado do Amazonas. Em casa, treinou e praticou desde cedo suas habilidades com o arco e a flecha, o que justamente lhe valeu o nome Iagoara, que significa "caçador da floresta".
Promover talentos
Em 2012, a Fundação Amazônia Sustentável criou um projeto para estimular e promover o esporte entre a população indígena. A busca era por novos talentos que pudessem representar o Brasil até em Jogos Olímpicos. É o caso de Dream Braga, um dos sete meninos selecionados.
Equipamento profissional
Dream Braga participou do programa pela primeira vez em 2014 e pôde utilizar equipamentos olímpicos profissionais. O arco com o qual ele treina atualmente é muito diferente dos anteriores, construídos pelo pai toda semana com ramos de palmeira. Ele também sentiu a mudança no alvo: caçar em águas rasas é bem diferente de competir.
Rápido aprendizado
O garoto reconhece as diferenças do material profissional em comparação com o arco da floresta: "a corda, o peso e a força são diferentes. A técnica que utilizamos com nossos arcos primitivos também é diferente de quando atiramos com arcos olímpicos", diz. Mas ele conseguiu aprender rápido. E demonstrou habilidade.
Sonho virou realidade
Apenas três meses depois de trabalhar com treinadores olímpicos em Manaus, Braga já integra a equipe brasileira de tiro com arco. Ele nunca imaginou que chegaria tão longe. A comunidade indígena Kambeba fica a 500 quilômetros – de barco – da cidade grande mais próxima.
Olimpíada à vista
Dream Braga acha que talvez seja cedo para ficar entre os três primeiros da equipe a tempo de participar das Olimpíadas de 2016, mas ele continua bastante motivado: "Espero, um dia, participar dos Jogos Olímpicos. Talvez não em 2016, mas ainda há muitas outras Olimpíadas pela frente."