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Tênis alemão no fundo do poço

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Os nove alemães que compareceram a Melbourne para o Aberto da Austrália foram eliminados antes da terceira rodada, no pior desempenho do tênis alemão naquele torneio desde 1974.

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Não entende as críticas: Rainer SchüttlerFoto: AP

Após a eliminação de Rainer Schüttler e Nicolas Kiefer já na primeira rodada e das derrotas sucessivas de cinco outros participantes do Aberto da Austrália, as esperanças concentraram-se em Florian Mayer, um qualifyer que surpreendeu, e na campeã alemã, Anca Barna. Os dois perderam, no entanto, as partidas da segunda rodada, contra o argentino David Nalbandian e a norte-americana Lisa Raymond respectivamente, contribuindo para o pior resultado do tênis alemão em Melbourne em 30 anos.

Empurrando a culpa

Frustrada, Barna apressou-se em atribuir a culpa à Federação Alemã de Tênis (DTB), para quem os dirigentes seriam mais importantes do que os tenistas. "O apoio é igual a zero. Ninguém deu bola para nós aqui em Melbourne. Os representantes da DTB mal deram um alô para a gente", desabafou a tenista após sua derrota.

Rainer Schüttler, que no torneio passado brilhou chegando à final e este ano não conseguiu até agora ganhar sequer uma partida individual, não entende o porquê das críticas diante de um resultado tão magro. "Acho tudo muito estranho. Nós simplesmente perdemos aqui algumas partidas de tênis, nada mais." Nicolas Kiefer, que fez parceria com ele num jogo de duplas, igualmente perdido, também não parece muito abalado. "Claro que estamos decepcionados, mas agora estou voltando para casa com uma sensação melhor do que após a derrota na partida individual."

Falta de garra?

Para Patrick Kühnen, técnico da equipe da Alemanha na Taça Davis, o grande problema no tênis alemão é a falta de persistência. Os talentos que se destacam na categoria de até 16 anos perdem o embalo quando passam a disputar torneios como adultos. "Já não temos mais talentos excepcionais como Boris Becker e Steffi Graf", suspira.

Boris Becker, por sua vez, não tem papas na língua ao comentar o desempenho de seus sucessores nas quadras internacionais como representantes do esporte germânico. "Eu vivia e respirava este esporte, trabalhava 24 horas por dia por ele. Isto não existe mais hoje em dia."

Kühnen concorda: "Muitos ainda não entenderam o que significa ser um tenista profissional. É preciso fixar metas e se perguntar ‘o que vou fazer para chegar lá?’ Mas o pessoal jovem nem sequer pensa na questão da meta."