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Massacre na Noruega

24 de julho de 2011

Acusado dos ataques que mataram ao menos 93 na Noruega tinha "muita munição" ao ser preso, disse polícia. Médicos que atenderam vítimas disseram que atirador usou balas fragmentárias, que causam sérias lesões internas.

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Noruegueses, em luto, diante da Catedral de Oslo
Noruegueses em luto, diante da Catedral de OsloFoto: picture alliance/dpa

O homem acusado do duplo ataque que matou na sexta-feira pelo menos 93 pessoas na Noruega ainda estava de posse de "muita munição" ao ser detido, afirmou a polícia neste domingo (24/07).

O acusado, identificado como Anders B., portava duas armas quando se rendeu às forças especiais, segundo o chefe da polícia de Oslo, Sveinung Sponheim. De acordo com um cirurgião que atendeu as vítimas do massacre, o atirador usou projéteis especiais que se fragmentam e se desfazem dentro do corpo, causando graves lesões internas.

Médicos que trataram 16 pessoas feridas a bala no massacre de sexta-feira não teriam encontrado sequer um projétil inteiro nos corpos dos pacientes, informou Colin Poole, cirurgião-chefe do Hospital Ringriket, da cidade de Honefoss, a noroeste de Oslo.

O esquadrão especial da polícia chegou na ilha de Utoya, perto de Oslo, uma hora após a polícia local ter recebido uma chamada de emergência informando sobre os tiroteios, disse Sponheim.

O ataque matou pelo menos 86 pessoas. B. também é acusado de ser autor de um atentado ocorrido uma hora antes no centro de Oslo, no qual morreram pelo menos sete pessoas.

Buscas ainda continuam na ilha do massacre
Buscas ainda continuam na ilha do massacreFoto: dapd

Ainda há desaparecidos

O número de mortos nos ataques pode subir, já que cinco pessoas permanecem desaparecidas em Utoya, e a polícia também ainda vasculha os edifícios atingidos pela explosão em Oslo, incluindo escritórios do governo, que foram danificados na explosão. Pelo menos 31 pessoas permanecem no hospital em estado grave.

Em seus depoimentos à polícia, B. disse ter realizado os atos sozinho. A polícia tenta confirmar essa informação, disse Sponheim.

O advogado do acusado, Geir Lippestad, não quis comentar possíveis motivos de B., mas disse que seu cliente iria oferecer mais informações em uma audiência judicial marcada para segunda-feira. B. pediu que a audiência seja realizada em público.

O suspeito deverá ser examinado por um médico da polícia antes da audiência na segunda-feira. Lippestad disse que não pode comentar o estado mental de seu cliente.

Homenagens às vítimas

No domingo, o primeiro-ministro norueguês, Jens Stoltenberg, e membros da família real participaram de um serviço religioso para as vítimas na Catedral de Oslo. "Cada uma das mortes é uma tragédia. Combinadas, elas constituem uma tragédia nacional", disse Stoltenberg durante a cerimônia. Outras igrejas ao redor do país também realizaram cultos em memória das vítimas.

Visivelmente emocionado, Stoltenberg mencionou duas vítimas que ele havia conhecido pessoalmente, dizendo ser "incompreensível" que tivessem ido embora para sempre.

Membros da liga da juventude do Partido Trabalhista, que organizou o acampamento, também foram ao serviço, televisionado ao vivo para todo o país. Também estavam presentes integrantes do governo e de partidos políticos. Um momento de silêncio foi convocado para ocorrer nesta segunda-feira em toda a Noruega.

Acusado divulgou manifestos

Fumaça em prédio após explosão no centro de Oslo
Fumaça em prédio após explosão no centro de OsloFoto: dapd

Impressões sobre os pontos de vista de B. aparecem em um manifesto e um vídeo publicados na internet pouco antes da execução dos ataques. A polícia disse que está examinando o manifesto.

O manuscrito, de 1.500 páginas, intitulado "Declaração de Independência da Europa", destaca as visões de B. e contém descrições de seus planos em detalhes. O advogado do suposto atirador, Geir Lippestad, disse à rede de televisão norueguesa NRK que B. tinha trabalhado nele "durante anos".

O texto critica o multiculturalismo e diz como imigrantes, especialmente muçulmanos, devem ser banidos da Europa. O documento foi assinado com o nome de Andrew B., provavelmente uma versão anglicizada do nome norueguês do acusado.

MD/dpa/dadp
Revisão: Roselaine Wandscheer