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Surge uma nova Europa de chances

ef30 de abril de 2004

Governo e oposição alemães concordam que a ampliação da União Européia é um acontecimento de grande dimensão histórica. Estaria surgindo uma nova Europa de chances e não de disputa impiedosa por postos de trabalho.

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Schröder adverte empresariado e acusa oposição de populismoFoto: AP

Em debate no Parlamento em Berlim, nesta sexta-feira (29), governo e oposição trocaram acusações por causa de uma eventual integração da Turquia, mas oradores de todos os partidos políticos alemães qualificaram a ampliação da União Européia, neste 1º de maio, como um acontecimento histórico. O chanceler federal, Gerhard Schröder, emitiu uma declaração de governo, a qual começa lembrando os mais de 45 milhões de mortos na Europa na Segunda Guerra Mundial.

O chefe de governo admitiu que os alemães também têm medo de muitas das novas chances que a UE oferece com a sua ampliação. O medo maior seria o de perder o emprego. Schröder destacou que há políticos aproveitando as mudanças para espalhar pânico, de forma irresponsável e contrariando os fatos. Ele conclamou todos a ajudarem a esclarecer que, além dos riscos que poderão advir, a ampliação da UE abriga grandes chances econômicas.

Schröder advertiu o empresariado alemão a não concorrer com os novos membros da UE que dispõem de mão-de-obra barata e impostos baixos. "A Alemanha não pode ganhar uma concorrência deste tipo", disse ele.

Merkel an der Wahlurne
Angela Merkel: ampliação da UE significa enrqiquecimento cultural, político e econômicoFoto: AP

Segunda reunificação

- Angela Merkel, presidenta do maior partido de oposição, a União Democrata Cristã (CDU), considerou a ampliação da UE como "um segundo grande passo para a reunificação da Europa. "E esta reunificação significa principalmente enriquecimento cultural, político e econômico", discursou a política oriunda da extinta República Democrática Alemã, comunista.

O antigo chanceler federal, Helmut Kohl, que passou para a história como o político que conduziu o processo de reunificação da Alemanha, foi incansável em seu empenho em prol da expansão da UE para o antigo bloco comunista. O seu sucessor Schröder seguiu a mesma política e é um grande defensor de negociações com a Turquia.

OSZE Antisemitismuskonferenz in Berlin Joschka Fischer
Joschka Fischer: Turquia fez grandes progressosFoto: AP

Turquia & populismo

– Pala vontade da coalizão de governo social-democrata e verde em Berlim, a próxima ampliação da UE incluiria a Turquia. A oposição alemã faz grande objeção até que o país de população majoritariamente muçulmana ganhe o status de candidato no final de 2004. Por isso Schröder acusa a oposição conservadora de populismo. Merkel devolveu a acusação e advertiu que a União Européia não deve ser sobrecarregada.

A exclusão da Turquia teria, porém, conseqüências fatais, advertiu o ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer. O político do Partido Verde chamou atenção para os progressos feitos em Ancara, como a extinção da pena de morte, os direitos concedidos à minoria curda e redução significativa da influência dos militares.