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Supermercados de orgânicos conquistam espaço

(rw)27 de dezembro de 2004

De país dos supermercados baratos, Alemanha se transforma em paraíso dos mercados de orgânicos. Produção em massa não agrada ao consumidor exigente e produtos saudáveis deixam de ser exclusividade de público seleto.

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Mercados modernos com preços acessíveis atraem consumidor exigenteFoto: Bilderbox

Desde alguns anos, o mercado varejista alemão está se reorganizando no tocante à especialização e prestação de serviços. Se há dez anos eram raras as cadeias de supermercados com lojas amplas e vários caixas, hoje quase todos os grandes centros têm à disposição pequenos hipermercados, com farmácias, cabeleireiros e outros serviços em seu interior.

Já o público mais exigente em relação à qualidade de seus alimentos adquiria seus produtos nas Reformhäuser, pequenas lojas com produtos naturais e orgânicos de qualidade garantida, de preços mais elevados. Há algum tempo, entretanto, vem avançando uma tendência que associa estes dois tipos: os biossupermercados, ou seja, supermercado de produtos orgânicos.

Produção em equilíbrio com a natureza

O princípio da produção orgânica é o estabelecimento do equilíbro da natureza, utilizando métodos naturais de adubação e de controle de pragas. Sempre que possível, baseia-se no uso de estercos animais, rotação de culturas, adubação verde, compostagem e controle biológico de pragas e doenças.

Esta produção não se limita à agricultura, estendendo-se também à pecuária (em que o gado deve ser criado sem remédios ou hormônios) e a outros setores, como a fibras orgânicas de algodão para a produção têxtil.

Tendência de avanço rápido

À primeira vista, os biossupermercados, parecem-se com qualquer outro estabelecimento varejista. Mas, por dentro, são um pouco mais elegantes que os supermercados tradicionais, o atendimento é um pouco mais exclusivo e os tomates, mais suculentos.

A principal diferença em relação a outros locais que vendem produtos naturais é o seu sortimento, que é muito maior, segundo Christoph Spahn, consultor para este tipo de empreendimento. "Antigamente, por exemplo, os congelados ou a comida pronta não eram vistos como produtos naturais, hoje isto mudou", salienta.

"Durante muito tempo, as lojas de produtos naturais no país tiveram uma imagem negativa, de pessoas com sacolas de pano entrando lá para comprar cenouras murchas", conta Spahn. Nos últimos anos, este clichê perdeu força devido a uma série de escândalos, como a contaminação de produtos alimentícios, e a busca do consumidor por alimentos mais saudáveis, acrescenta. Segundo ele, os supermercados de orgânicos respondem atualmente por 20% do faturamento do segmento de produtos naturais.

"Qualidade dos alimentos é qualidade de vida"

A expansão do setor deve prosseguir na opinião de Andrew Murphy, presidente da rede Supernatural, que tem cinco mercados na região da Renânia. "As pessoas estão cansadas de comer produtos naturais prontos com sabor de comida de bebê. O que oferecemos às pessoas é qualidade, um pouco de qualidade de vida." Sabor e qualidade hoje em dia são mais importantes que a consciência ecológica, garante Murphy.

Biobauernhof bei Heidenheim
Propriedade de Sivert Joerges, em Heidenheim (Baden-Wurttemberg), onde se pratica a pecuária orgânica desde 1929Foto: dpa