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Do contra

4 de maio de 2010

Até o monumento mais famoso do país, a Acrópole, virou palco dos manifestantes. Controladores de voos e trabalhadores do serviço de transporte público prometem se juntar à movimentação contrária ao governo.

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Protesto mobilizou diferentes setoresFoto: AP

A sociedade grega não gostou da troca feita pelo governo federal: para receber 110 bilhões de euros de ajuda à economia, o país terá que implantar um pacote de aperto fiscal. E muitos saíram às ruas para protestar: nesta terça-feira (04/05) o símbolo máximo da capital Atenas, a Acrópole, foi tomado por manifestantes.

A polícia ainda não sabe dizer como os ativistas conseguiram invadir o ponto turístico e estender uma faixa de protesto no local, que é protegido por grades e vigiado por câmeras.

A insatisfação também fez com que o maior sindicato do país, o Adedy, paralisasse ministérios, escolas, hospitais e outros estabelecimentos do serviço público, numa greve que deverá durar 48 horas.

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Monumento mais famoso do país vira palco de protestoFoto: AP

Em frente ao Parlamento, cerca de mil manifestantes, organizados pelo sindicato comunista Pame, carregaram banners dizendo que "não pagarão nenhum centavo para a crise". Houve confronto com a polícia no local, que usou gás de efeito moral para controlar um grupo que atirava objetos.

E a situação promete agravar-se na quarta-feira. O espaço aéreo grego deverá ser fechado para voos internacionais. A paralisação de controladores na terça-feira já provocou interrupções no tráfego aéreo. O setor privado e o de transporte público prometeram aderir ao movimento.

Apoio e contrariedade

Segundo os sindicatos que comandam as manifestações, o plano de austeridade fiscal do governo é injusto, porque vai atingir em cheio as pessoas de baixa renda.

A proposta oficial grega, que inclui aumento dos impostos e corte de salários do setor público e das pensões, deve ser votada na próxima quinta-feira pelo Parlamento. O governo não terá dificuldade em aprovar o plano, já que desfruta de uma confortável maioria na casa.

O temor dos vizinhos

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Manifestantes invadiram prédio de televisãoFoto: AP

Na Macedônia, Albânia e outras nações do Sudeste Europeu, o medo é que a crise grega também lhes traga danos. Vários bancos da Grécia mantêm agências naqueles países e serviam, até então, como motor de crescimento da região. Agora, com o atual panorama, o temor é que o cenário mude.

Só na Albânia, cerca de mil empregos estão ligados a investidores gregos, principalmente da área de construção. E o Banco Mundial alerta para dificuldades financeiras e o aumento do déficit no orçamento do país.

Apesar do clima de temor, o ministro das Finanças da Macedônia, Zoran Stavrevski, acredita que as empresas gregas não vão deixar o país, já que o custo que têm na Macedônia é mais baixo do que na Grécia.

A Croácia, por outro lado, observa os acontecimentos com atenção. O país teme que o ajuste fiscal imposto na Grécia influencie, de alguma maneira, os critérios que a União Europeia adota para incluir novos candidatos no bloco. A Croácia está na fila para entrar para a UE.

NP/dw/rts/dpa/afp
Revisão: Augusto Valente