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Contra Sarkozy

17 de outubro de 2011

François Hollande, um socialista moderado que nunca ocupou um cargo no alto escalão do governo francês, terá a missão de enfrentar o presidente Nicolas Sarkozy nas eleições presidenciais de 2012.

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Hollande é aplaudido por seus correligionários socialistasFoto: dapd

François Hollande foi o nome escolhido pelo Partido Socialista (PS) para concorrer nas eleições presidenciais na França, marcadas para os dias 22 de abril e 6 de maio de 2012 (primeiro e segundo turnos). O anúncio foi feito neste domingo (16/10), depois do segundo turno de uma eleição primária entre os apoiadores do partido. Hollande superou a rival Martine Aubry, ex-ministra do Trabalho, com 56% dos votos.

O candidato socialista deve concorrer com o presidente Nicolas Sarkozy – no cargo há cinco anos, ele ainda não anunciou oficialmente que irá disputar a reeleição, mas a sua candidatura é dada como certa pelo próprio partido, o UMP.

A seis meses da corrida eleitoral, Hollande declarou que aguarda uma "feroz disputa" contra o conservador. "Eu quero devolver a confiança à nossa nação", afirmou o socialista depois de ser escolhido.

As primárias dos socialistas eram abertas à participação de todos os franceses que declarassem por escrito sua lealdade aos valores defendidos pelo PS. Cada eleitor teve de pagar um euro para bancar os custos da eleição.

Longe do poder

Desde a reeleição de François Mitterrand, em 1988, o Partido Socialista não elege um presidente. O ex-diretor-gerente do FMI Dominique Strauss-Kahn era considerado um rival forte para bater Sarkozy nas urnas, mas os socialistas tiveram de buscar outra alternativa depois que ele se envolveu num escândalo sexual em Nova York.

Nicolas Sarkozy
Nicolas Sarkozy deve tentar reeleição presidencialFoto: DW

Hollande, de 57 anos, nunca ocupou um ministério ou outro cargo no primeiro escalão do governo nacional. Ele se define como um político "normal", preparado para colocar um fim ao estilo frenético de governar do atual presidente. "Eu meço o escala das tarefas que me aguardam. Ela é vasta. Ela é grave. Eu preciso atender às aspirações da população francesa, que está cansada das políticas de Nicolas Sarkozy", afirmou o socialista.

Perfil moderado

O candidato é visto como uma figura pragmática e com apelo tanto entre os eleitores mais à esquerda como entre os simpatizantes mais moderados do PS. Ele é ex-marido de Ségolène Royal, com quem teve quatro filhos e foi casado por 30 anos, e que também disputou o posto de candidata presidencial do PS, sendo eliminada no primeiro turno, em 9 de outubro.

O rival de Sarkozy, pouco conhecido internacionalmente, filiou-se ao Partido Socialista em 1979. Filho de um médico e de uma assistente social, ele nasceu em Rouen, em 1954. Hollande participou do movimento estudantil quando era universitário, no Instituto de Estudos Políticos de Paris.

Aos 27 anos, em 1981, concorreu a uma vaga na Assembleia Nacional pela região de Correze, mas perdeu para Jacques Chirac, que anos depois viria a ser eleito presidente da França. Em 1997, Hollande tornou-se primeiro-secretário do partido.

Em campanha, ele promete combater o desemprego e o aumento do custo de vida, assim como evitar a ampliação da dívida pública francesa. Hollande também declarou disposição em diminuir os "excessos" cometidos por bancos e mercados financeiros. "Eu quero reacender o sonho francês. A França precisa de um programa que fará o país retornar ao que era. Eu quero ser o candidato do respeito, do diálogo, que trará uma nova definição de presidência."

Contra Sarkozy

Pesquisas de opinião sugerem que os eleitores franceses estão prontos para eleger um representante socialista, já que demonstram grande insatisfação com o governo do atual presidente. Durante os anos de administração Sarkozy, a França sofreu os impactos da pior recessão global desde a Segunda Guerra, viu o índice do desemprego aumentar e a dívida pública subir.

Os eleitores franceses de esquerda são fortemente contra o governo atual, acusado de ser generoso com os ricos e de "flertar" com os eleitores da extrema direita ao tomar medidas duras em questões como imigração e islamismo.

NP/rts/afp/dpa
Revisão: Alexandre Schossler