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Sobreviventes do Bataclan denunciam soldados por inação

8 de junho de 2018

Militares que estavam perto de casa de show no momento do ataque teriam recebido instruções para não intervir no massacre, que deixou 90 mortos. Grupo de vítimas quer esclarecer responsabilidade por ordem.

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Após o ataque, flores foram colocadas em frente ao Bataclan em homenagem às vítimas
Após o ataque, flores foram colocadas em frente ao Bataclan em homenagem às vítimasFoto: Getty Images/AFP/B. Guay

Sobreviventes e familiares de vítimas do atentado no Bataclan, em Paris em 2015, abriram um processo nesta sexta-feira (08/06) pelo que consideram uma inação de militares estacionados perto da casa de shows no momento do ataque. Eles teriam recebido ordens para não intervir quando terroristas armados invadiram o local.

Segundo a advogada Samia Maktouf, representante das vítimas, a denúncia não tem o objetivo de punir os soldados, mas determinar a quem cabe todas as responsabilidades pela ordem.

Além disso, afirma Maktouf, o processo também busca esclarecer quais são as funções da Operação Sentinela, uma unidade especial criada para segurança interna, se os soldados não podem intervir quando civis são atacados com armas de guerra.

Os militares nas proximidades do Bataclan faziam parte da Operação Sentinela. Maktouf afirmou que oito soldados foram ordenados a não usar suas armas e até mesmo não participar dos primeiros socorros às vítimas do atentado.

A advogada diz que os autores da ação querem saber o que impediu os soldados de entrar na casa de shows e neutralizar os terroristas.

Em 13 de novembro de 2015, terroristas do grupo extremista "Estado Islâmico” (EI) fortemente armados promoveram uma série de ataques em Paris, que deixaram 130 mortos e centenas de feridos. Somente no atentado ao Bataclan 90 pessoas morreram.

Um policial que foi enviado para o local teria pedido aos militares para intervirem, mas eles responderam que não tinham ordens para isso e também não podiam emprestar suas armas. Armado com uma pistola, o policial entrou no Bataclan e conseguiu neutralizar um dos terroristas. Os outros dois teriam recuado com vários reféns, cessando assim o massacre.

Cabe à Procuradoria de Paris, após analisar a denúncia, decidir pela abertura ou não de uma investigação.

CN/ap/efe

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