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Sobe para 30 número de mortos em incêndio em Londres

16 de junho de 2017

Enquanto bombeiros vasculham os 24 andares do prédio, cada vez mais corpos são encontradas. Com 12 feridos em estado grave e mais de 70 desaparecidos, número de vítimas pode passar de uma centenas.

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Fotos de moradores desaparecidos: pode haver mais dezenas de mortos na tragédia
Fotos de moradores desaparecidos: pode haver mais dezenas de mortos na tragédiaFoto: Reuters/P. Hackett

A polícia de Londres atualizou para 30 o número de mortos do incêndio de quarta-feira no edifício Grenfell Tower. Autoridades temem que possa haver mais dezenas de mortos e que muitos dos cadáveres nunca possam ser identificados. Nesta sexta-feira (16/06), bombeiros continuaram as buscas por corpos, em meio a crescente indignação popular com o material de revestimento do prédio, que teria ajudado na proliferação das chamas.

"Sabemos que pelo menos 30 pessoas morreram em decorrência desse incêndio. Creio que o número aumentará", disse o chefe da Polícia Metropolitana da capital britânica, Stuart Cundy, a repórteres na frente do Grenfeel Tower carbonizado.

Segundo Cundy, a polícia iniciou uma investigação criminal, no entanto, não há qualquer indício  de que "o fogo tenha sido iniciado deliberadamente". Ele também confirmou que as últimas chamas foram apagadas, dois dias depois que o fogo tomou quase por completo o edifício de 24 andares, na madrugada de quarta-feira.

De acordo com relatos da imprensa britânica, mais de 70 pessoas estão desaparecidas, embora não se saiba se algumas delas estejam entre os corpos recuperados. A polícia advertiu que algumas das vítimas podem nunca ser identificadas devido ao estado dos restos mortais. Ainda há 24 sobreviventes recebendo tratamento médico – 12 deles em estado crítico.

London Hochhausruine nach Brand
Bombeiros ainda trabalham no prédioFoto: picture-alliance/dpa/PA/Wire/R. Findler

O corpo de bombeiros está usando drones e cães farejadores para vasculhar o prédio. Alguns dos andares superiores ainda estão inacessíveis devido a preocupações com a estabilidade da estrutura.

Cartazes de parentes desesperados com fotos de desaparecidos, de avós a crianças pequenas, foram colocados na área em torno da Grenfell Tower – habitação popular administrada pelo conselho municipal. Um grande número de voluntários prestou ajuda a sobreviventes.

A rainha Elizabeth 2ª e seu neto, príncipe William, visitaram nesta sexta-feira um centro comunitário onde alguns sobreviventes estão alojados, enquanto cresce a ira entre moradores locais sobre as alegações de que as preocupações com segurança contra incêndios foram negligenciadas por anos.

Questões foram levantadas sobre como as chamas se espalharam tão rapidamente, dominando quase por completo os 120 apartamentos do prédio – especialistas afirmaram se tratar de um incêndio sem precedentes. O foco da crítica é direcionado ao revestimento incorporado às paredes externas do prédio como parte de uma reforma que custou 8,7 milhões de libras e foi concluída no ano passado.

O revestimento possuía um núcleo de plástico e era semelhante ao usado em edifícios em França, Emirados Árabes Unidos e Austrália, onde também ocorreram incêndios de forte propagação.

O que restou do prédio incendiado em Londres

O diário The Times informou que o tipo de revestimento usado na Grenfell Tower foi banido em construções nos EUA com mais de 40 pés de altura (cerca de 12 metros), devido a receios de segurança contra incêndios. A publicação afirmou que a empresa que fabricou o revestimento também produz modelos resistentes ao fogo, que custam ligeiramente mais do que a versão padrão utilizada no prédio londrino.

Além do debate sobre o revestimento, foram também levantadas questões sobre por que não havia sistemas de sprinklers nos apartamentos ou qualquer sistema central de alarme de fumaça que poderia ter acordado residentes.

Nick Paget-Brown, líder do Conselho de Kensington e Chelsea, responsável pelo edifício residencial, retrucou que os moradores rejeitaram a instalação de sprinklers. "Não havia uma visão coletiva de que todos os apartamentos deveriam ser equipados com sprinklers, porque isso tornaria a reforma do prédio mais complicada", disse, em entrevista ao diário The Guardian.

Uma associação britânica de sprinklers automatizados contra incêndios estimou que o custo de instalar um sistema em todo o prédio seria de 200 mil libras.