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Hotel em Dresden se nega a receber refugiados

14 de janeiro de 2015

Estabelecimento deveria ajudar cidade no leste da Alemanha a abrigar requerentes de asilo. Mas petição de moradores e advertências da extrema direita fazem proprietário voltar atrás.

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Foto: Reuters/Hannibal Hanschke

Devido à crescente "pressão de moradores", o proprietário de um hotel em Dresden, no leste da Alemanha, fechou suas portas para refugiados, noticiou a mídia alemã nesta quarta-feira (14/01).

O hotel Prinz Eugen deveria receber até 94 requerentes de asilo para ajudar a acomodar os 2.093 refugiados que vivem na cidade. Mas o dono do hotel mudou de ideia depois de receber ameaças de extremistas de direita, em redes sociais e em pichações diante do estabelecimento.

Sua decisão pode trazer problemas para Dresden, que deve receber mais 2 mil refugiados neste ano. "Esse recuo criará uma situação difícil para nós. Não há soluções de curto prazo que possam ser implementadas", disse Martin Seidel, subsecretário de assuntos sociais, à revista alemã Der Spiegel.

De acordo com a revista, uma petição para impedir a hospedagem de refugiados no hotel reuniu 5.700 assinaturas. Uma das preocupações listadas no documento era a de que o hotel fica numa "área de risco político", nos bairros de Leuben e Laubegast, que abrigam o segundo maior número de eleitores do ultradireitista Partido Nacional Democrático da Alemanha (NPD) da cidade.

Desde outubro, o movimento Pegida (sigla em alemão para "Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente") realiza manifestações de caráter xenófobo no país. O movimento conquistou adeptos pela Alemanha, mas nas últimas semanas, protestos contra o Pegida levaram mais alemães às ruas do que os a favor.

Dresden é uma exceção. Nesta segunda-feira, mais de 25 mil pessoas marcharam em apoio ao movimento "anti-islamização" na cidade, enquanto apenas 9 mil manifestaram repúdio ao grupo. Entretanto, no último sábado, uma manifestação contra o Pegida reunira 35 mil pessoas em Dresden.

Desde os ataques em Paris na semana passada, analistas temem que sentimentos xenófobos ganhem força na Alemanha.

LPF/afp/dpa