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Snowden envia pedidos de asilo a 21 países, incluindo Brasil

2 de julho de 2013

Delator de esquemas de espionagem também acusa os Estados Unidos de transformá-lo num apátrida por causa do cancelamento de seu passaporte e de exercer pressão para que governos não aceitem seus pedidos de asilo.

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Foto: Reuters

O ex-consultor da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA Edward Snowden encaminhou pedidos de asilo a 21 países, incluindo Brasil, Alemanha, Rússia, Equador, Venezuela, Cuba, Índia, China, França e Islândia, afirmou nesta segunda-feira (01/07) o site WikiLeaks.

Os pedidos foram feitos em nome de Snowden por Sarah Harrison, uma funcionária britânica do site WikiLeaks que acompanhou o fugitivo no dia 23 de junho na sua viagem de Hong Kong para Moscou. Desde então, Snowden supostamente permanece na área de trânsito do aeroporto da capital russa.

Os pedidos foram submetidos a um responsável do consulado russo do aeroporto de Moscou no final da noite de segunda-feira, indica um comunicado divulgado na página de internet do WikiLeaks. "Os documentos destacam os riscos de perseguição que Snowden enfrenta pelos Estados Unidos, tendo o consulado russo iniciado a distribuição às embaixadas competentes em Moscou", afirma a nota do WikiLeaks.

Pedidos em nome de Snowden também foram feitos à Áustria, Bolívia, Finlândia, Itália, Irlanda, Países Baixos, Nicarágua, Noruega, Polônia, Espanha e Suíça, segundo o WikiLeaks.

Poucas horas depois, um porta-voz do Kremlin anunciou que o pedido foi retirado por Snowden. "Ele renunciou à sua intenção e ao pedido para ficar na Rússia", declarou, acrescentando que Snowden não concorda com as exigências do presidente russo, Vladimir Putin.

Putin prometera acolher Snowden, mas impôs como condição que ele pare de vazar informações sobre os Estados Unidos.

Snowden, que é acusado de espionagem pelos Estados Unidos, culpou na segunda-feira o presidente Barack Obama de pressionar os líderes dos países onde tem procurado refúgio, no que seria a sua primeira intervenção pública desde que fugiu para Hong Kong, no início de junho. A declaração foi publicada pelo WikiLeaks em nota atribuída a Snowden.

Em particular, o ex-analista da NSA acusou o presidente dos EUA de ter dado ao vice-presidente Joe Biden a ordem de exercer pressão sobre os dirigentes dos países onde tem pedido asilo político, nomeadamente no Equador, para obter a sua extradição.

Snowden também acusou os EUA de o transformarem numa pessoa apátrida e de "usar a cidadania como arma", devido ao cancelamento do seu passaporte. Ele argumenta que o cancelamento ocorreu sem ordem judicial e sem ele ter sido condenado e o impede de exercer um direito fundamental: o de pedir asilo. "O objetivo deles é atemorizar, não a mim, mas àqueles que vierem depois de mim."

Paralelamente ao comunicado pelo WikiLeaks, foi difundida uma carta dirigida por Snowden ao presidente do Equador, Rafael Correa, agradecendo o seu apoio e recusa de extradição. Correa confirmou numa entrevista, nesta segunda-feira, que Biden lhe tinha pedido para rejeitar o pedido de asilo político de Snowden, durante o fim de semana.

AS/lusa/ap/dpa/rtr