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Seguradoras exigem que o Estado garanta prejuízos de atentados

Neusa Soliz14 de novembro de 2001

Os danos causados por atentados terroristas serão arcados por um pool de companhias de seguro até um certo montante. A partir dai caberia ao Estado dar a garantia, exigem as seguradoras.

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Bernd Michaels, presidente da Federação Alemã de Seguradoras, exigiu que o Estado também se responsabilize por danos causados por atos de terrorismo. Ao apresentar em Berlim as previsões de negócios para 2002, Michaels rebateu a acusação de que as companhias de seguro querem eximir-se do pagamento de indenizações.

Pelo contrário, as seguradoras irão arcar plenamente com os prejuízos dos atentados em Nova York e Washington, orçados em 40 bilhões de dólares, no mínimo. Contudo, como tais danos são imprevisíveis, o montante não tem precedente e as causas são de fundo político, o Estado também deveria participar do sistema de garantias.

A responsabilidade pelos prejuízos - Um plano elaborado pela federação prevê a criação de um pool de seguradoras para cobrir os prejuízos causados por atentados terroristas até uma soma "de vários bilhões de dólares", não especificada por Michaels. A partir dessa importância, a garantia ficaria por conta do Estado, o que o setor pretende discutir com o governo alemão. "Seria ótimo se encontrássemos uma solução até o dia 1º de janeiro", diz o presidente da federação. A data é importante principalmente para as companhias aéreas, que terão de renegociar os contratos de risco com as seguradoras.

Otimismo - No mais, o setor encara 2002 com otimismo, atitude rara nos últimos meses, não apenas na Alemanha. Apesar da desaceleração da conjuntura e dos prejuízos sofridos com os atentados terroristas de 11 de setembro nos EUA, as seguradoras alemãs contam com o crescimento de seus negócios no ano que vem. O total de prêmios deve aumentar 3,3% este ano e 5% em 2002, graças à introdução da aposentadoria privada.

A previsão aponta um aumento de 7,5% dos seguros de vida. Os clientes desse tipo de seguro, porém, devem contar com menor participação nos lucros, em virtude da queda nas bolsas e da diminuição dos juros nos mercados de capital. Os seguros industriais, por sua vez, aumentarão drasticamente, diante de um prejuízo de mais de um bilhão de dólares que as companhias terão este ano, somente nesse setor.