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Schröder e Chirac querem eleições no Afeganistão e constituição para UE

Augusto Valente23 de novembro de 2001

O chanceler federal alemão e o presidente francês reuniram-se no oeste da França, juntamente com os gabinetes de seus países.

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Schröder escuta o presidente Chirac, na cúpula de NantesFoto: AP

O presidente francês, Jacques Chirac, recebeu o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, com honras militares diante da prefeitura de Nantes, no oeste da França, à margem do rio Loire. Os dois temas centrais da 78ª Conferência de Cúpula Franco-Alemã, realizada nesta sexta-feira, foram a elaboração de uma Constituição européia e o futuro do Afeganistão.

Do encontro também participou o premiê francês, Lionel Jospin, assim como os ministros do Exterior, Defesa, Finanças, Interior, Justiça, Saúde, e Pesquisa e Tecnologia de ambos os países. Os ministros da Justiça e do Exterior discutiram também o projeto de mandado de prisão válido em toda a Europa.

Schröder e Chirac desejam uma solução política para o Afeganistão. Ambos os governantes apelaram a todos os partidos afegãos para que mostrem "senso de responsabilidade, visando construir um futuro para seu país". Esta informação partiu da porta-voz de Chirac, Catherine Colonna, após a primeira rodada de conversações em Nantes.

Os dois representantes são pela imediata criação de um governo de transição naquele país da Ásia. A escolha de um novo governo democrático, através de eleições livres, seria o próximo passo. Em declaração conjunta, Chirac e Schröder afirmaram depositar "grandes esperanças" na conferência de paz para o Afeganistão, a iniciar-se na segunda-feira, no castelo de Petersberg, em Bonn.

Por uma Constituição européia –

O segundo tema principal da cúpula diz respeito ao futuro da UE. A poucas semanas da entrada em circulação do euro, a Alemanha e a França são pela elaboração de uma constituição européia. Esta seria "uma importante etapa na integração da União Européia", como constou da declaração conjunta divulgada em Nantes.

A duas nações estão decididas a "dar novos impulsos ao projeto europeu". Ambas sublinharam que, à luz da ampliação da UE, deve ser expandido o princípio do voto majoritário nas decisões do Conselho Europeu. Isso garantiria a capacidade de ação da UE.

"O debate sobre o futuro da Europa e nossa meta comum de uma constituição européia têm em vista uma União eficiente, forte e democrática, provida de uma liderança e de competências bem definidas", constou ainda do documento conclusivo. Trata-se da primeira declaração franco-alemã neste sentido.

A iniciativa marca um possível arrefecimento das controvérsias entre os dois países quanto à liderança da União Européia. Estas vieram à tona durante o encontro de cúpula da UE, há um ano, em Nice. Desde então os dois governos vêm tentando aplainar suas arestas.

Segurança –

A declaração conjunta trata ainda da segurança na UE. Em face à ameaça do terror, é necessário acelerar a criação de um espaço europeu legal e de segurança. A longo prazo, cabe estudar a implementação de uma polícia européia, encarregada de vigiar com mais eficácia as fronteiras externas da região.

O documento de Nantes inclui ainda duas outras sugestões para o combate ao terrorismo internacional: a criação de um Ministério Público comum europeu e o reforço da Europol. Também seria necessária uma melhor sintonização no campo da política externa.

Desmentido -

À margem do encontro de cúpula, Paris desmentiu a notícia do Frankfurter Rundschau de que o veto da França estaria bloqueando as ações humanitárias no Afeganistão. Segundo o jornal alemão, a França estaria irritada por haver sido excluída, pelos Estados Unidos e a Grã-Bretanha, da mobilização militar contra os talibãs. Em contrapartida, as fontes presidenciais francesas afirmaram que as Nações Unidas é que não têm interesse em envolver a OTAN na ajuda humanitária.