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Schröder vê Alemanha a caminho da recuperação

Neusa Soliz4 de julho de 2002

Em sua última declaração de governo antes das eleições, o chanceler federal fez um balanço positivo de sua política econômica. Para a oposição, contudo, foram "quatro anos perdidos".

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Schröder discursa no ParlamentoFoto: AP

A Alemanha superou bem a crise da economia mundial após os atentados de 11 de setembro, na avaliação do chanceler federal Gerhard Schröder. Os indicadores econômicos comprovam isso, disse o chefe de governo alemão nesta quinta-feira (04), em Berlim, ao discursar perante o parlamento.

Faltando apenas 80 dias para as eleições parlamentares, a última declaração de governo na atual legislatura acabou se transformando num balanço dos últimos quatro anos. Enquanto Schröder ressaltou os êxitos da coalizão social-democrata e verde, para a oposição foram "quatro anos perdidos", nas palavras do líder da oposição, Friedrich Merz, da União Democrata Cristã.

Indicadores apontam reativação da conjuntura

Os indicadores apontam, de fato, melhores perspectivas. A indústria alemã registrou um aumento de 3,1% das encomendas em maio, graças aos pedidos para exportação, que tiveram um acréscimo de 9,6%. A produção industrial também está em alta nos últimos meses, segundo as últimas informações do Ministério da Economia.

Os salários aumentaram em média 2,2% no primeiro trimestre, em comparação com a mesma época do ano passado, enquanto a inflação foi de 1,9%. O governo alemão conta com um crescimento econômico de 0,75% em 2002, enquanto os prognósticos dos analistas são até mais otimistas. Eles prevêem entre 2,5% e 3% para o ano que vem.

Poucos efeitos sobre o mercado de trabalho - O chefe de governo Gerhard Schröder admitiu que a melhora da conjuntura ainda não se fez notar no mercado de trabalho. Não obstante, foram gerados 1,2 milhão de empregos desde 1998. A economia alemã estaria no auge de sua capacidade de concorrência, segundo Schröder.

Um dos líderes mundiais em exportações, a Alemanha aumentou sua participação no comércio internacional nos últimos quatro anos. A política econômica de seu governo teria dado impulso ao crescimento e à recuperação da conjuntura, para o que também contribuiu uma política salarial responsável.

O chanceler federal alemão defendeu o modelo alemão de co-gestão das empresas, ressaltando a importância de princípios como esse no contexto da globalização. Ele se referia aos planos da oposição de alterar a lei que regulamenta o funcionamento das empresas, caso saia vitoriosa das urnas em 22 de setembro. O Partido Social Democrático, que Schröder preside, garantiria o equilíbrio entre a justiça social e os interesses de maior flexibilidade de parte da iniciativa privada.

Schröder fracassou segundo a oposição

O líder da oposição democrata-cristã, Friedrich Merz, por sua vez, fez o balanço dos pontos negativos do governo de coalizão social-democrata e verde. A Alemanha teve a menor taxa de crescimento econômico na Europa sob a liderança de Schröder, sendo o país que mais contraiu novas dívidas para financiar seu déficit orçamentário.

Quarenta mil empresas pediram concordata ou faliram em 2001, prevendo-se um novo recorde este ano. Merz também criticou que o chanceler federal não tivesse se referido à reconstrução do leste alemão, tema que declarara prioritário em sua gestão.

O adversário de Schröder nas eleições, Edmund Stoiber, atual governador da Baviera, não esteve presente no debate parlamentar, preferindo comparecer a um congresso que se realizava ao mesmo tempo em Berlim. Uma frase de Stoiber, de que se costuma superestimar o Parlamento, acabou sendo mencionada no debate, provocando raras cenas de tumulto no Bundestag.

Para o ministro alemão do Exterior, Joschka Fischer, do Partido Verde, Stoiber fugiu ao debate porque não conseguiria explicar como iria financiar suas "ilusórias promessas eleitorais". O candidato dos partidos cristãos CDU e CSU prometeu, entre outras coisas, diminuir os impostos e aumentar o subsídio do Estado às crianças.