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Schröder prepara social-democratas à luta pelo poder

Neusa Soliz2 de junho de 2002

Com ataques à União Democrata Cristã e ao Partido Liberal, o chefe de governo alemão Gerhard Schröder preparou seus correligionários a uma dura campanha eleitoral, se quiserem manter-se no poder.

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Chanceler alemão Gerhard Schröder durante congresso do SPD em Berlim (02.06.02)Foto: AP

Reunidos em um congresso em Berlim, os social-democratas abriram oficialmente sua campanha eleitoral para as eleições parlamentares de 22 de setembro e aprovaram o programa com que pretendem governar por mais uma legislatura, em coalizão com o Partido Verde. Em um longo discurso, interrompido várias vezes por aplausos, o presidente do Partido Social Democrático, chanceler federal Gerhard Schröder, procurou semear entusiasmo e espírito de luta.

Oposição saiu na frente

- A menos de três meses do pleito, as pesquisas apontam uma nítida vantagem para União Democrata Cristã (CDU) de seu adversário Edmund Stoiber. "Não se trata de saber quem saiu na frente, mas quem vai chegar em primeiro lugar na meta", disse Schröder, na tentativa de que os social-democratas não se deixem intimidar pela vantagem inicial de Stoiber na campanha.

A Alemanha de ontem e a do futuro

- Para o chefe de governo, os eleitores terão que escolher entre "entre a visão de uma Alemanha moderna e social", por um lado, e "a volta a velhas receitas e políticos". O programa tem como pontos centrais o combate ao desemprego, ênfase na política social, ampliação das escolas integrais e facilidades para o exercício profissional da mulher, além de novas medidas de consolidação do orçamento. No tocante à política exterior e de segurança, o SPD aprova o envio de soldados alemães a missões de paz no exterior. Schröder agradeceu Joschka Fischer, do Partido Verde, por se dispor a continuar à frente do Ministério das Relações Exteriores, onde "realizou um bom trabalho" na atual gestão.

Ao mesmo tempo, o chanceler federal também deu força à ministra da Agricultura e Defesa do Consumidor, Renate Künast, também correligionária de Fischer, que introduziu uma nova política agrária. O escândalo do trigo contaminado com o agrotóxico Nitrofen demonstra que a mudança na política agrícola é mais importante do que nunca, disse Schröder. O lobby do agrobusiness é muito forte e gostaria de voltar atrás as novas determinações da defesa do consumidor.

CDU defende agrobusiness e quer mulheres no fogão

- Ao recusar-se a aprovar a nova Lei de Defesa do Consumidor, a União Democrata Cristã se transforma em defensora desses interesses. Gerhard Schröder também criticou a política da CDU para a família, principalmente o intuito de aumentar a ajuda paga pelo Estado para cada criança a 300 euros, o que, além de não ser financiável, equivaleria a "um prêmio para manter as mulheres no fogão".

O presidente do Partido Social Democrático manifestou-se claramente contrário a uma coalizão com o Partido do Socialismo Democrático (PDS), o sucessor do antigo Partido Comunista da Alemanha Oriental. O PDS tem sido citado na hipótese de o SPD necessitar de mais um parceiro de coalizão, caso não bastem os votos dos eleitores para o SPD e o Partido Verde.

Quanto ao Partido Liberal (FDP), a presidência do SPD aprovou uma resolução acusando-o de admitir a instrumentalização do anti-semitismo em suas fileiras, o que desqualificaria os liberais a participarem do governo federal. As declarações do vice-presidente do Partido Liberal, Jürgen Möllemann, e de um deputado que pretendia entrar para o FDP provocaram reações indignadas do Conselho Central dos Judeus na Alemanha, com repercussões internacionais.