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Schröder e premiê australiano criticam EUA

(sv)2 de julho de 2002

Dois chefes de governo reúnem-se em Berlim e aguardam breve solução para o conflito que põe em risco a missão de paz da ONU na Bósnia-Herzegóvina.

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John Howard, primeiro-ministro australiano, e Gerhard Schröder, em BerlimFoto: AP

Gerhard Schröder e o primeiro-ministro australiano, John Howard, em visita à Alemanha, criticaram nesta terça-feira a posição dos EUA em relação ao Tribunal Internacional Penal de Haia. "Nós esperamos que se possa chegar a um acordo no Conselho de Segurança da ONU", declarou Schröder. O premiê australiano afirmou "entender a posição de Washington", mas defender um outro ponto de vista. "Certamente não será fácil encontrar uma solução", observou Howard.

Os EUA vetaram no Conselho de Segurança da ONU a prorrogação da missão de paz na Bósnia-Herzegóvina, por não terem conseguido com que o Tribunal Internacional Penal de Haia, que entrou em funcionamento na última segunda-feira (1°), garanta imunidade aos soldados norte-americanos que participam de missões de paz.

Schröder afirmou que o Ministério alemão das Relações Exteriores analisa no momento as consequências do conflito para as tropas de paz da OTAN na Bósnia-Herzegóvina. "Nós queremos manter o trabalho da SFOR", garantiu. Segundo o premiê alemão, deve-se evitar um acirramento do debate em torno "desse problema grave".

UE –

A presidência rotativa da UE, no momento nas mãos da Dinamarca, pediu nesta terça-feira (2) à comunidade internacional apoio ao Tribunal Penal Internacional de Haia, apesar da resistência dos EUA. Um início bem sucedido dos trabalhos do Tribunal é a premissa necessária para a credibilidade da instituição recém criada, segundo os representantes da UE.

A pressão exercida pelos EUA sobre os membros do Conselho de Segurança da ONU é, para a UE, lamentável. Depois dos "crimes hediondos da História" no último século, o TPI foi criado como uma instituição "digna de confiança, justa e eficiente", com o objetivo de amedrontar futuros criminosos de guerra. Além dos EUA, Israel, Rússia, China e Índia não ratificaram o estatuto do novo Tribunal, firmado por mais de 70 países.

Verbas -

Uma eventual retirada de soldados norte-americanos das missões de paz da ONU na Bósnia-Herzegóvina não traria problemas insolúveis de imediato. Conseqüências graves, no entanto, traria a decisão de Washington de cortar a ajuda financeira às missões de paz da ONU. Mais de um terço das verbas que financiam tais missões vêem do governo norte-americano.

Dos cerca de 45 mil soldados, policiais e observadores militares que participam das 15 missões da ONU em atividade no momento, apenas 704 são cidadãos norte-americanos. Muito mais do que os EUA, países do chamado terceiro mundo colocam pessoal à disposição para o trabalho dos "capacetes azuis". Esses, por sua vez, são pagos pela ONU com verbas que vêm em boa parte dos EUA. Do total de 3 mil soldados das tropas de paz da OTAN estacionadas na Bósnia-Herzegóvina - que operam sob o mandato da ONU - fazem parte 1.800 norte-americanos.