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Schröder e os sete pontos

(sv)26 de outubro de 2004

Chefe de governo alemão sugere pacote de medidas visando fomentar o crescimento econômico da UE. Abertura de mercados, um maior apoio à indústria e o fortalecimento da parceria teuto-francesa são algumas das sugestões.

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Alemanha: sugestões para impulsionar crescimento econômicoFoto: AP

Para atingir os objetivos a que a UE se propôs na chamada Estratégia de Lisboa, definida em um encontro de cúpula na capital portuguesa, em março de 2000, os países-membros do bloco precisam "redobrar seus esforços". Este é o veredicto do chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, publicado em um artigo escrito pelo premiê especialmente para o diário econômico Handelsblatt.

As tarefas que aguardam a UE sobre a mesa não são poucas. Nem fáceis. Começam pela abertura dos mercados, passam pela unificação dos sistemas financeiros nos diversos países e vão até um fortalecimento do setor de prestação de serviços dentro do bloco. Todo o pacote tem o objetivo de "transformar a Europa, até o ano de 2010, na região econômica mais competitiva do planeta", segundo o premiê alemão.

Modelo social europeu

As questões em torno do crescimento econômico europeu fizeram parte da pauta do encontro entre Schröder e do presidente francês, Jacques Chirac, nesta terça-feira (26). Na reunião, os dois chefes de governo reforçaram mais uma vez a necessidade de que cada país cumpra realmente os deveres de casa – econômicos, sociais e ecológicos – estabelecidos em Lisboa.

"Trata-se de manter o modelo social europeu, que se caracteriza pela participação de camadas amplas da sociedade, pela garantia do nível social e de subsistência, por uma divisão justa de bens e por um alto nível de proteção ao meio ambiente", escreve Schröder.

Intercâmbio de informação e pesquisa

O chefe de governo alemão vê em um fortalecimento do intercâmbio de informações e da pesquisa uma das chaves para o crescimento econômico do continente. Ao lado de Chirac e do premiê britânico, Tony Blair, o chefe de governo alemão pretende exigir da nova Comissão Européia, que assume a partir do próximo 1º de novembro, uma política de maior apoio à indústria.

Entre os propósitos, está o fortalecimento da parceria teuto-francesa, embora, no últimos meses, a questão tenha sido motivo de controvérsias entre Paris e Berlim. Schröder defendeu ainda fusões de grupos binacionais (alemães e franceses) e uma unificação da indústria armamentista.

Prestação de serviços

Dos demais países da UE, o premiê exigiu maiores esforços na liberalização de mercados, principalmente no setor de prestação de serviços. "Somente na Alemanha, há milhares de empresários que seriam beneficiados pela existência de um mercado interno real", escreve Schröder para o Handelsblatt. A liberalização do setor de prestação de serviços é um tema delicado, acima de tudo na França. O governo em Paris vem se debatendo há meses pela abertura dos "services publics", defendidos com unhas e dentes pelos sindicatos nacionais.

Os correios franceses, por exemplo, são mantidos integralmente nas mãos do Estado, ao contrário dos alemães, que passaram por uma grande reestruturação. Na França, toda tentativa de privatização ou mudanças internas nas estruturas dos correios costuma desencadear ondas de protestos, em defesa dos 17 mil empregos do setor.

Com relação aos diversos sistemas financeiros existentes dentro da UE, Schröder sugeriu uma padronização das transferências de capital e dos sistemas de cartão de crédito, com o objetivo de facilitar as relações entre fornecedores e clientes dentro dos países do bloco.