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Schröder considera inaceitável sobretaxas americanas a aço importado

(ns)6 de março de 2002

Brasil e Alemanha apóiam ação da União Européia contra Washington na OMC. O comissário do Comércio da UE, Pascal Lamy, usou chumbo grosso ao dizer que o mercado mundial de aço não é "faroeste".

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O chefe de governo alemão,Gerhard Schroeder, em Berlim (06.03.02)Foto: AP

O chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, considerou "inaceitável" a imposição de sobretaxas às importações de aço nos Estados Unidos, que também afetou a indústria alemã. Tanto o chefe de governo alemão como o presidente da Comissão Européia, Romano Prodi, enviaram cartas ao presidente George W. Bush, nos últimos dias, tentando evitar as tarifas que vão de 8% a 30%.

Para o ministro da Economia, Werner Müller, a decisão "representa uma grande carga para as relações comerciais entre os EUA e a Europa". A siderurgia americana enfrenta problemas porque "negligenciou durante décadas importantes reformas estruturais, deixando de ser competitiva frente à concorrência internacional", diz a nota emitida pelo Ministério, em Berlim.

Mercado do aço não é faroeste

- A União Européia considera as sobretaxas uma violação ao direito comercial, e anunciou uma queixa perante a OMC (Organização Mundial do Comércio). O Japão, a Coréia do Sul e o Brasil vão apoiar a ação da UE na OMC. Para o comissário do Comércio da UE, Pascal Lamy, a imposição de Washington é "uma decisão política, sem nenhum fundamento legal ou econômico". Medidas como as adotadas são legais somente quando aumentam as importações, o que não é o caso. Desde 1998, as importações americanas de produtos siderúrgicos diminuíram 33%.

Lamy atirou com chumbo grosso, em Bruxelas, ao anunciar: "Agora faremos de tudo para proteger nossa indústria. O mercado mundial do aço não é o oeste selvagem, onde cada um faz o que bem entende". Além de recorrer à OMC, o que deve demorar no mínimo um ano, o comissário cogita em adotar salvaguardas, isto é, "medidas para nos defendermos do fluxo adicional". Ele se refere a um possível aumento das importações na UE, se os produtores impedidos de exportarem para os EUA desviarem seu comércio para a Europa. A indústria européia do aço já teria intercedido nesse sentido em Bruxelas.