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Só o desemprego cresce na Alemanha

(am)10 de janeiro de 2003

As estatísticas confirmaram o que já se previa: o número de desempregados aumentou na Alemanha no mês de dezembro, atingindo o nível mais alto dos últimos cinco anos.

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Protesto contra o desemprego em ErfurtFoto: AP

A crise conjuntural fez com que o número de desempregados aumentasse claramente na Alemanha no último mês de dezembro. Isto, no entanto, não constituiu nenhuma surpresa: a evolução apenas confirmou os prognósticos de analistas e de institutos de pesquisa econômica.

Conforme os dados divulgados em Nurembergue nesta quinta-feira (9/1) pelo Departamento Federal do Trabalho, um total de 4,225 milhões de desempregados estava registrado oficialmente em dezembro de 2002. Isto representou um aumento de cerca de 200 mil em relação ao mês anterior e foi também o maior número registrado num mês de dezembro desde 1997. A taxa de desemprego atingiu 10,1%.

Influência sazonal

O mau tempo do inverno sempre implica numa redução ou até mesmo paralisação de algumas atividades econômicas, por exemplo, na construção civil. Mas, mesmo deduzindo tais influências sazonais, constata-se que o desemprego continuou crescendo na Alemanha: cerca de 28 mil desempregados mais que em novembro, um total de 4,197 milhões de pessoas.

Em todo o ano de 2002, o número médio de desempregados na Alemanha foi de 4,060 milhões de pessoas, superando assim claramente a marca dos quatro milhões. Para o atendimento aos desempregados, sobretudo o pagamento de seguro-desemprego e de auxílio-desemprego, o Departamento Federal do Trabalho necessitou de subvenção dos cofres públicos federais da ordem de 5,6 bilhões de euros.

Previsões para 2003

Segundo Florian Gerster, chefe do Departamento Federal do Trabalho, o órgão poderá prescindir de subvenções no corrente ano de 2003. Para isto, no entanto, terá de haver um crescimento econômico mínimo de 1,5% do PIB. Só assim, o número de desempregados poderá sofrer redução e as contribuições dos assalariados será suficiente para cobrir as despesas do órgão.

Gerster só prevê uma ligeira melhora na situação do mercado de trabalho a partir do segundo semestre de 2003. Só então é que as medidas adotadas pelo governo federal alemão e em vigor desde o corrente mês de janeiro poderão surtir os primeiros efeitos.

O chefe do Departamento Federal do Trabalho vê a falta de demanda interna na Alemanha como um dos grandes obstáculos a serem vencidos. Além da retração do consumo, outros fatores negativos para a economia alemã no ano passado ainda permanecem inalterados em 2003: a ameaça de uma guerra no Iraque e o aumento do preço do petróleo.