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Rússia vai integrar o grupo das nações mais ricas

27 de junho de 2002

O presidente russo, Vladimir Putin, chegou um dia atrasado a Kananaski, porém seu país marcou destaque no primeiro dia da cimeira em meio à idílica paisagem canadense.

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Líderes do G-8, com montanhas ao fundo. Da esq. para a dir.: Itália, Alemanha, EUA, França, Canadá, Rússia, Inglaterra e Japão.Foto: AP

Começa uma nova era para a Rússia no clube das grandes potências. Em 2006, o país passará a fazer oficialmente parte do grêmio das mais importantes nações industrializadas, o futuro Grupo dos Oito, ao lado da Itália, Alemanha, EUA, França, Canadá, Inglaterra e Japão. A resolução foi firmada nesta quarta-feira (26) pelos chefes de Estado e de governo do G-7 reunidos em Kananaskis, Canadá, após longo debate.

O presidente Putin mostrou-se satisfeito: "É um bom sinal. O papel da Rússia cresce e, o que é mais importante, está mudando a qualidade de nossas relações com as nações de ponta", comentou.

No momento, a Rússia participa apenas de consultações políticas, estando excluída das decisões econômicas. Já em 2006, ela será sede do primeiro encontro de cúpula do G-8. Originalmente, a Alemanha acolheria a conferência no ano em questão, mas declinou em favor dos russos, e só presidirá a cúpula em 2007.

Os participantes do encontro no Canadá fundamentaram assim a filiação plena: "O mundo se transforma e a Rússia provou seu potencial para representar um papel integral e de peso na solução dos problemas globais que temos pela frente".

Bilhões contra o lixo nuclear –

Um impulso bem concreto ao desenvolvimento na Rússia são os 20 bilhões de dólares com que o Ocidente pretende contribuir para a eliminação de lixo atômico. A tarefa em vista é, num prazo de aproximadamente 10 anos, armazenar elementos ativos de velhas ogivas nucleares ou reatores de submarinos sucateados, de uma forma segura para o meio ambiente e a salvo de terroristas e do crime organizado.

A iniciativa está também relacionada à rodada de desarmamento nuclear da Rússia e dos Estados Unidos. Já em maio deste ano, o presidente norte-americano, George W. Bush, deliberara sobre o plano em Berlim e Moscou. Em Kananaskis, ele prometeu US$ 10 bilhões para a eliminação do lixo atômico, e a Alemanha US$ 1,5 bilhão. Segundo a delegação alemã, ainda há algumas questões jurídicas a esclarecer. A quantia restante será levantada, em princípio, entre os outros membros do G-7, mas a participação está aberta a outros interessados.

Nova Parceria para a África

Como anunciado, o tema central do segundo dia da cúpula nas Rocky Mountains será a África, em especial a Nepad (New Partnership for Africa's Development – Nova Parceria para o Desenvolvimento da África). Trata-se de um plano proposto pelos governos do sacrificado continente, subordinando crescimento econômico ao fomento à democracia e à paz. O governo alemão saudou euforicamente a iniciativa, que considera uma "mudança de paradigma" essencial.

O G-7 e Rússia querem basear o apoio à África em "ajuda para a auto-ajuda", não sendo, portanto, de se esperar que programas bilionários partam de Kananaskis. Analistas e representantes de organizações humanitárias manifestam-se céticos, classificando o interesse das grandes potências pela África como "insuficiente e atrasado". Representando a Nepad, encontram-se naquela estação de esqui, no oeste do Canadá, governantes da África do Sul, Argélia, Nigéria e Senegal, assim como o secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Uma vítima fatal

Graças ao isolamento da estação de esqui encravada nas Rocky Mountains, esta cúpula do G-7 transcorre tranqüilamente, ao contrário da de 2001, na cidade italiana de Gênova, que foi palco de um verdadeiro massacre. As atuais manifestações antiglobalização, sobretudo na vizinha Calgary, têm sido pacíficas. Até agora, o encontro fez uma única vítima fatal: um urso preto, abatido ao tentar roubar comida dos soldados encarregados da segurança em Kananaskis.