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Quem é Roger Buergel?

Gaby Reucher (jl)13 de junho de 2007

Em que pé está a arte nos dias de hoje? Essa é a pergunta que, a cada cinco anos, a "documenta" de Kassel se propõe a responder. Desta vez, o curador é Roger Buergel. O que esperar de seu projeto conceitual?

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Roger Buergel a cem dias da abertura da 'documenta 12'Foto: picture-alliance/dpa

Roger Buergel quer seduzir o público. Ele fala de florestas encantadas e ilhas tropicais, de prazeres culinários e da beleza da arte. Mas, para ele, o principal não é o consumo da arte, e sim aquilo que chama de "formação estética". Ele quer dar às pessoas a certeza de que elas podem contemplar uma obra de arte e refletir sobre a mesma mesmo sem qualquer formação específica, pois "carregam dentro de si todos os recursos necessários para entender a arte".

Uma equipe bem preparada

Roger Martin Buergel nasceu em 1962 em Berlim. Em 2003, foi nomeado diretor artístico da documenta 12 pelos diretores de sete museus de arte contemporânea. Junto com sua parceira, a historiadora da arte Ruth Noack, ele será o curador do chamado "museu de 100 dias" – que vai de 16 de junho a 23 de setembro de 2007.

Há dois anos e meio, o casal se mudou para Kassel junto com seus dois filhos: Buergel acredita que é importante morar no local onde se trabalha para poder criar uma relação com os moradores da cidade. Afinal, eles farão parte do público da documenta 12.

documenta präsentiert Ausstellungs-Architektur
Buergel e Ruth NoackFoto: picture-alliance/dpa

Buergel viveu e trabalhou por muito tempo no exterior: nos EUA, na França, na Inglaterra, na Espanha e, por último, na Áustria. Ele é um dos co-fundadores da publicação de arte Springerin – uma das revistas européias de maior renome internacional sobre as tendências da arte contemporânea.

Recentemente, ele teve a oportunidade de assumir a curadoria de outros projetos em conjunto com Ruth Noack – por exemplo, uma mostra por ocasião da Expo de Hannover no ano 2000.

Educação como tema

Como curador, Buergel se ocupou diversas vezes da questão das relações entre arte e poder. Desta vez, ele também se ocupou dos problemas do sistema educacional alemão. "Vivi durante 20 anos fora e acabei tendo que conhecer a Alemanha de novo. Foi interessante voltar a trabalhar aqui após ter deixado o país no fim do colegial – lidar com diferentes mentalidades num país que tinha mais ou menos digerido a reunificação", conta.

"Ao mesmo tempo, encontrei essa crescente catástrofe educacional em assuntos culturais." Para ele, está claro que a população alemã possui um grande déficit cultural. Quando pintores contemporâneos falam sobre o gênero das pinturas históricas, reclama, ninguém mais sabe do que se trata. "Coisas assim mexem comigo. A exposição, portanto, também procura encontrar respostas para essas questões."

Buergel estudou Arte, Filosofia e Ciências Econômicas em Berlim e Viena. O fato de a arte hoje em dia ser internacional e não mais refletir apenas o ponto-de-vista ocidental é para ele evidente. Em suas inúmeras estadias em diversos países, conheceu várias perspectivas diferentes sobre a arte moderna, que incluiu no projeto conceitual da documenta.

O novo e o antigo

Também a "arte antiga", precursora de muitas correntes modernas, terá seu espaço. Em suas viagens, Buergel percebeu que a arte antiga o interessava mais que a contemporânea. Em certo ponto, perdeu o interesse pela vida nas galerias de arte e pelas Bienais. Igrejas protocristãs ou as pirâmides do México os interessam muito mais. Agora, ele quer fazer as vezes de mediador entre as artes "antiga" e contemporânea. E está ansioso para saber como seu conceito será recebido pelos visitantes.