Rodas-gigantes: símbolos de uma nova era
Como as antigas exposições universais, a febre das rodas-gigantes se espalhou pelo mundo, chegando inclusive ao Brasil, onde o Rio de Janeiro ganha sua mais nova atração turística na zona portuária, a Rio Star.
Rio Star, nova atração do Rio de Janeiro
Com 88 metros de altura, o equivalente a um edifício de 25 andares, a Rio Star, inaugurada no final de 2019 no Rio de Janeiro, é a maior roda-gigante da América Latina e mais uma atração da zona portuária da capital fluminense. Cada uma de suas 54 cabines comporta até oito pessoas e precisa de 15 minutos para uma volta completa. Em dias de tempo bom, é possível ver até 70 quilômetros de distância.
Monumentos cinéticos
Observando uma fotografia da Exposição Universal de Paris, de 1900, o arquiteto franco-suíço Le Corbusier comentou que a roda-gigante era um exemplo de construção característico de uma nova "era de agitação" e de um momento em que "um novo paradigma embaralha a ordem das grandezas existentes". Um século mais tarde, a observação de um dos pais da arquitetura moderna se tornou realidade.
London Eye
O jornal "The Guardian" a chamou de símbolo da Londres atual: a roda-gigante London Eye, erguida no ano 2000 com 135 metros de altura, tornou-se um dos principais cartões-postais da cidade, recebendo até agora mais de 50 milhões de visitantes. Em 2001, a London Eye concorreu ao Prêmio Stirling da arquitetura britânica, decisão que elevou pela primeira vez rodas-gigantes ao status de arquitetura.
Estrela de Nanchang
No novo milênio, cidades do mundo todo passaram a repetir o sucesso da roda-gigante londrina. De objetos temporários de exposições e parques de diversão, elas passaram a incorporar o espírito de uma era marcada pela globalização. No mundo todo, seu programa é o mesmo: ela gira e é redonda, como a Estrela de Nanchang, inaugurada na cidade chinesa em 2006, com 60 cabines e 160 metros de altura.
Roda de Paris
A primeira Grande Roda de Paris foi construída para a Exposição Universal de 1900. Ela tinha 100 metros de altura e foi a maior roda-gigante de seu tempo, até ser destruída em 1920. Em 2010, Paris ganhou uma nova roda-gigante, mas desta vez bem menor, com 60 metros de altura. De dezembro a janeiro, ela pode ser vista junto ao obelisco da Praça da Concórdia, no início da Avenida Champs-Élysées.
Ferris Wheel
A primeira roda-gigante moderna, com motor e cabines fechadas capazes de transportar muitos passageiros, foi construída para a Exposição de Chicago de 1893 pelo engenheiro Gale Ferris. Com 80,5 metros de altura, ela foi a resposta americana à Torre Eiffel, erguida para a Exposição de Paris em 1889. Em homenagem a seu criador, a roda-gigante leva o nome em inglês de "ferris wheel" (roda de Ferris).
Nova Ferris Wheel
Com o fim da Exposição de Chicago, a primeira "Ferris Wheel" foi reerguida em outros lugares, até ser destruída em 1906. A cidade, porém, não esqueceu a atração. Em 1995, uma nova roda-gigante foi construída no Navy Pier no Lago Michigan, tendo a Ferris Wheel como modelo. Com 46 metros de altura e 40 gôndolas, ela se tornou uma das principais atrações do verão em Chicago.
Roda-gigante de Viena
Uma das mais antigas e mais conhecidas rodas-gigantes do mundo foi erguida em 1897 no Parque Prater em Viena, para celebrar o Jubileu de Ouro de Francisco José 1°. Destruída por incêndio em 1944, ela foi reerguida no ano seguinte, sendo logo imortalizada pelo cineasta americano Orson Welles no filme "O terceiro homem", de 1949. Com suas 15 cabines, ela é atração obrigatória da capital austríaca.
Tianjin Eye, China
Um dos grandes temas da era da internet e das redes sociais é o esvaziamento do espaço público. Da mesma forma que acontece com festas temporárias como maratonas e paradas gays, as cidades parecem procurar, com as rodas-gigantes, novas formas de ativar um corpo urbano esvaziado. Na foto, vê-se a Tianjin Eye, de 120 metros de altura, inaugurada em 2008 na cidade chinesa de Tianjin.
Cosmo Clock 21
Como as antigas exposições universais, a febre de rodas-gigantes que se espalhou pelo mundo ocidental não seria um sinal de que a cidade do século 21 está se tornando um palco de encenações temporárias? Reinaugurada em 1999, em Yokohama, no Japão, a roda-gigante Cosmo Clock 21 não é somente um monumento cinético, mas também possui o maior relógio digital do planeta montado em seu centro.
Melbourne Star
Com 120 metros de altura, a Roda de Observação Melbourne Star (Estrela de Melbourne) é a maior roda-gigante do Hemisfério Sul. Inaugurada no fim de 2008 na cidade australiana, seus sete raios aludem à grande estrela de sete pontas na bandeira do país. Devido a problemas estruturais, ela foi desmontada 40 dias após sua inauguração. Sua reabertura definitiva aconteceu somente no final de 2013.
Singapore Flyer
Com 165 metros de altura, a Singapore Flyer foi inaugurada em 2008 em Cingapura. Durante os 30 minutos que dura uma rotação completa, além da silhueta da cidade, o visitante pode observar a costa sul da Malásia e ilhas da Indonésia. Por alguns anos, a Singapore Flyer ostentou o título de maior roda-gigante do mundo. Mas ela perdeu a honraria para outra concorrente.
High Roller, Las Vegas
Inaugurada em 2014, a High Roller é atualmente a maior roda-gigante do planeta, com seus quase 168 metros de altura. Ela pode ser vista de toda Las Vegas. A iniciativa do empreendimento foi da empresa proprietária dos cassinos Caesars, que quis fazer da High Roller um "novo ícone" na Las Vegas Strip, região da cidade repleta de hotéis e cassinos. Mas a concorrência não dorme.
Ain Dubai
A partir de 2020, a roda-gigante Ain Dubai passará a ostentar o título de maior de seu gênero em todo o mundo, com seus cerca de 250 metros de altura e 48 cabines – verdadeiras salas de estar que oferecem espaço e conforto para 1,9 mil pessoas. Sua construção sobre uma ilha artificial no emirado árabe se iniciou em 2015. Cada volta é completada em 48 minutos.