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Resultado das eleições em Israel não mudará política da UE

(ma / fm)28 de março de 2006

Mesmo com uma eventual vitória do partido Kadima nas eleições israelenses, a União Européia deve manter sua política em relação a Israel, que prevê dois Estados com fronteiras seguras na região.

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O líder do Kadima, Ehud Olmert, nas urnasFoto: AP

Os eleitores israelenses vão às urnas nesta terça-feira (28/03) para eleger o novo Parlamento (Knesset). O processo eleitoral está sendo observado pela União Européia (UE), o parceiro comercial mais importante daquele país do Oriente Médio.

Apesar da perda de apoio revelada em pesquisas de intenção de voto, o partido Kadima deve vencer as eleições. Esta vitória, no entanto, não deverá mudar a estratégia da UE com relação a Israel.

Devido às disputas sobre a retirada israelense da Faixa de Gaza, no final de 2005, o então primeiro-ministro Ariel Sharon saiu do partido Likud (conservador) e fundou o Kadima. O partido de centro-direita defende a desocupação de parte da Cisjordânia.

Symbolbild: Israelischer Abzug aus Gaza
A retirada dos territórios ocupados é a grande questão para os eleitoresFoto: dpa

Os motivos para a queda de prestígio do Kadima são o desinteresse do eleitorado e a falta de carisma do líder do partido, Ehud Olmert – que exatamente por isso se diferencia muito de Sharon, ainda em estado de coma. Para poder governar, Olmert terá que procurar alianças, provavelmente com o Partido Trabalhista, que deve ficar em segundo lugar nas eleições.

Pesquisas questionáveis

Analistas políticos da região alertam, porém, que o resultado das eleições ainda é incerto, pois nunca foi tão difícil realizar pesquisas de opinião no país, principalmente entre os jovens e as camadas mais pobres da população.

As pesquisas atuais foram feitas por telefone, mas a maioria dos jovens não tem linhas fixas. Além disso, muitas pessoas tiveram suas linhas cortadas por problemas de pagamento.

As questões mais importantes que vão determinar o voto de aproximadamente cinco milhões de eleitores são as relações com os palestinos, as questões de segurança e a desocupação dos territórios.

Embora seja visto, em primeira linha, como fonte de apoio financeiro para a reconstrução, o bloco europeu colocou-se à disposição para incentivar o diálogo de paz e a formação de dois Estados independentes na região.

Europa e o Quarteto

Ao lado dos Estados Unidos, Rússia e Nações Unidas, a União Européia integra o Quarteto para o Oriente Médio, que negocia um plano de paz entre israelenses e palestinos. O encarregado da União Européia para assuntos de política externa, Javier Solana, é de opinião que a UE ganhou mais prestígio político no Oriente Médio nos últimos anos.

Isso foi confirmado pelo atual candidato do Kadima, Shimon Peres: "Em Israel houve tempos em que as pessoas não compreendiam muito bem o papel da Europa. Hoje, vêm que ela desempenha também o papel de formador político, assumindo tarefas que mais ninguém consegue resolver."

A União Européia pretende liberar 120 milhões de euros de ajuda para o Hamas, vencedor das eleições para a Autoridade Palestina. Mas, se o partido, incluído na lista de grupos terroristas, não reconhecer Israel e não renunciar à violência, a UE pode suspender o financiamento. Israel, por seu lado, recusa-se a negociar com o Hamas.

Consenso vigora, também, sobre o conflito nuclear com o Irã, em que a União Européia defende a mesma posição que os Estados Unidos. Estrategistas em Bruxelas não descartam uma espécie de filiação de Israel à UE, mesmo que que seja sem direito a voto.