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Relações UE-Coréia do Norte na corda bamba

18 de outubro de 2002

Depois que a faminta Coréia do Norte admitiu, de supresa, estar desenvolvendo há anos um programa atômico secreto, a União Européia vai examinar todas as suas relações com o último país stalinista.

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Usina nuclear norte-coreana em construçãoFoto: AP

Ao lado das relações diplomáticas, os 15 ministros das Relações Exteriores da União Européia (UE) vão examinar, a partir de segunda-feira (21), em Luxemburgo, a ajuda humanitária e a econômica para a construção de um reator de água leve na Coréia do Norte.

Os Estados Unidos disseram que o regime norte-coreano já possui duas bombas atômicas e que o plutônio usado teria sido produzido antes de 1994. Nesse ano, Pyonyang se comprometeu, num acordo com os EUA, a congelar o seu programa de armas atômicas recebendo, como recompensa, garantia de financiamento de um reator de água leve, que não produz plutônio para bomba atômica.

O governo da Alemanha condenou o programa atômico secreto da Coréia do Norte como uma grave violação do tratado internacional de não proliferação de armas nucleares. O Ministério das Relações Exteriores em Berlim convocou o embaixador norte-coreano para dar explicações. Anunciou, ao mesmo tempo, que um procedimento com vistas a uma solução pacífica e à estabilidade na península coreana será acertado com os demais 14 parceiros na UE.

Milhares padecem fome

Os EUA não planejam, segundo o chefe do Departamento de Estado, Colin Powell, uma intervenção militar contra a Coréia do Norte, país que já situaram no "eixo do mal". Ele destacou que "no momento não existem planos dessa natureza, mas a comunidade internacional quer esclarecimentos sobre o programa nuclear". A Coréia do Norte tem, segundo Powell, de escolher entre duas opções: se quer tentar oferecer ao seu povo uma vida melhor ou se desperdiça seus recursos limitados no desenvolvimento de armas de destruição em massa. A Coréia do Norte é um dos países mais pobres do mundo. Milhares de norte-coreanos padecem fome e o regime do "amado líder" Kim Jong-il está há anos à beira do colapso total.

Chantagem e terrorismo

A França, potência nuclear e membro permanente do Conselho de Segurança Internacional, defendeu uma intervenção da comunidade internacional contra a Coréia do Norte, a fim de eliminar as armas atômicas que possui, segundo os EUA. O regime norte-coreano pode, com tais armas, chantagear outros países ou vendê-las a terroristas, disse a ministra francesa da Defesa, Michèle Alliot-Marie.

Indagada se a ONU teria, possivelmente, de desarmar a Coréia do Norte, como está cogitando fazer com o Iraque, a chefe da diplomacia francesa respondeu que "tem de ser feita alguma coisa". Ela lembrou que a França sempre desconfiou do regime comunista norte-coreano e se recusou a atar relações diplomáticas com ele. A França não faz parte do grupo de países que normalizaram suas relações diplomáticas com a Coréia do Norte, como a Alemanha, por exemplo.

Um porta-voz do presidente americano George W. Bush, disse, todavia, que o problema da Coréia do Norte seria diferente da ameaça que o Iraque representa: "São duas regiões diferentes e circunstâncias diversas".