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Registros de estupros coletivos duplicam no Brasil em 5 anos

20 de agosto de 2017

País registra oficialmente uma média de 10 crimes do tipo por dia, segundo números do Ministério da Saúde. Denúncias desse tipo de crime saltaram de 1.570 em 2011 para 3.526 em 2016.

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Manifestantes mostram mãos vermelhas de tinta em manifestação em Brasília em maio de 2016
Manifestação em Brasília em maio de 2016: violência contra mulheres preocupaFoto: Reuters/U. Marcelino

O número de estupros coletivos registrados no Brasil mais que duplicou nos últimos cinco anos e o país registra oficialmente uma média de 10 crimes do tipo por dia, segundo números do Ministério da Saúde citados neste domingo (20/08) pelo jornal Folha de S. Paulo.

As denúncias de estupros com participação de mais de um agressor aumentaram de 1.570 em 2011 – ano em que passou a ser obrigatório que os serviços de saúde públicos e privados reportem estas agressões sexuais – para 3.526 em 2016.

Os estados onde se registram o maior número desse tipo de crime são Acre e Tocantins, com uma taxa de 4,41 e 4,31 por 100 mil habitantes, respectivamente, seguidos por Brasília, com 4,23 por 100 mil habitantes. A média total no país é de 1,71 por 100 mil habitantes.

Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no Brasil, apenas 10% dos estupros são denunciados anualmente. Eles somam um total de 50 mil, o que significa que no país cerca 450 mil estupros ocorrem anualmente sem serem registrados.

Os estupros cometidos por mais de um agressor representam hoje cerca de 15 % dos casos de estupros atendidos nos hospitais brasileiros, que somaram um total de 22.804 em 2016.

Os números, que apenas incluem os casos registrados nos hospitais, foram divulgados pela primeira vez em separado das violações individuais. A polícia não contabiliza separadamente as violações praticadas em grupo dos demais casos de estupro.

Os números representam apenas uma parte dos casos, já que cerca de 30% dos municípios brasileiros não repasssam as estatísticas ao Ministério da Saúde e porque mutias vítimas não recorrem a um hospital ou à polícia para denunciar este tipo de crime.

MD/efe/dpa