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"Reagan, amigo leal e aliado da Alemanha"

Roselaine Wandscheer6 de junho de 2004

Morte de Ronald Reagan recebida com consternação na Alemanha. Sua contribuição para a reunificação do país é salientada pelo chefe de governo e pelo presidente alemães, assim como pelo ex-chanceler federal Helmut Kohl.

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Reagan em 1987 em Berlim: Mr. Gorbachov, derrube este muroFoto: AP

Aos 93 anos de idade, Ronald Reagan, 40º presidente dos Estados Unidos (1981-1989), morreu neste sábado (5/6) rodeado pela família em sua casa em Los Angeles. Após dez anos de luta contra o Mal de Alzheimer, ele acabou sendo vencido por uma pneumonia.

Sua política armamentista contribuiu de forma decisiva para a derrocada do sistema soviético e para a queda do Muro de Berlim. Se, por um lado, gerou muitos protestos entre os alemães por ordenar o estacionamento de mísseis no país; por outro, conquistou respeito ao exigir, em 1987, junto ao Portão de Brandemburgo, no coração da Berlim dividida, que a União Soviética derrubasse o Muro (que acabou caindo pouco mais de dois anos depois).

Entre os méritos deste astro de Hollywood que conquistou a Casa Branca, não se deve esquecer que foi ele quem assinou, com Mikhail Gorbatchov — último chefe de Estado e de Partido soviético — o primeiro acordo real para a destruição de mísseis nucleares de médio alcance, em 1987.

Visão comum de Europa unida e pacífica

O chanceler federal alemão, Gerhard Schöder, destacou o engajamento de Reagan para a superação do conflito Leste-Oeste e sua visão de uma Europa livre e unida. "Com isto, ele conseguiu criar as condições que levaram a reunificação da Alemanha", salientou.

Ronald Reagan, ehemaliger US Präsident ist im Alter von 93 Jahren gestorben
Ronald ReaganFoto: AP

"Com Ronald Reagan, perde-se um amigo leal e aliado da Alemanha em tempos difíceis", destacou Johannes Rau. "Num mundo dividido, ele sempre apoiou a nossa visão comum de uma Europa unida e pacífica", acrescentou o presidente alemão.

Em sua mensagem de condolências, Rau escreveu que "a morte do ex-presidente norte-americano foi recebida com pesar também por muitos alemães". "Meu pensamento está com a viúva e a família deste político", acrescentou Rau, "que carregou com muita dignidade um pesado fardo pessoal". Para toda a Alemanha, é inesquecível o desafio de Reagan ao então líder soviético Mikhail Gorbatchov, em 1987: "Mister Gorbatchov, abra este portão (de Brandemburgo) e derrube este muro."

"Devemos muito a ele"

O ex-chefe de governo alemão Helmut Kohl elogiou o ex-presidente norte-americano como "um grande amigo dos alemães". Numa declaração divulgada neste domingo, ele salientou que o governo Reagan encaminhou o desarmamento entre as então potências União Soviética e Estados Unidos.

Além disso, a determinação de Reagan pela causa da liberdade contribuiu de forma decisiva para acabar com as divisões da Alemanha e da Europa, lembrou Kohl. "Nós, alemães, devemos muito a ele", destacou o ex-premiê, amigo pessoal do ex-mandatário norte-americano e chefe de governo durante a reunificação alemã.

Ao mesmo tempo em que manifestou as condolências à viúva, Nancy Reagan, Kohl lembrou em sua declaração uma visita conjunta ao cemitério de soldados na cidade de Bitburg, em maio de 1985, 40 anos após o final da Segunda Guerra Mundial. O gesto de Reagan simbolizou a conciliação com o antigo inimigo, destacou o político cristão-democrata alemão.